Os conceitos e a viabilidade das cidades inteligentes
Há alguns anos, praticamente não tínhamos discussões sobre smart cities (cidades inteligentes) no Brasil. Mas, felizmente, isso está mudando e este termo é, cada vez mais, pauta de discussões, principalmente quando abordamos mobilidade, urbanismo, segurança e energia.
No exterior há diversos exemplos de cidades que são consideradas inteligentes, ou smart, cada uma com sua particularidade ou com seu destaque, seja pelo uso das tecnologias a serviço da população e dos negócios, seja pelo pioneirismo e pelo avanço nas soluções de problemas urbanos, como a mobilidade.
Já o conceito de smart buildings, ou os edifícios inteligentes, em português, encontra-se mais difundido no cotidiano dos brasileiros. O maior conhecimento desse termo tem a ver com o fato de ele ser utilizado tanto para edifícios residenciais quanto corporativos.
Empregando tecnologias para tornar o edifício mais eficiente e econômico, esse tipo de empreendimento traz aparato tecnológico e infraestrutura que permitem a otimização de recursos – tais como energia e água – além de soluções relacionadas à automação, à comunicação e à integração de tecnologias e serviços. Para o usuário, esse tipo de espaço representa mais conforto e facilidade; para as empresas e negócios, as vantagens são sustentabilidade e eficiência, objetivos que queremos e precisamos em toda a parte, não apenas no local de moradia ou trabalho.
O conceito de smart city está relacionado aos conceitos dos smart buildings, mas trata-se algo mais abrangente. A ideia é criar cidades sustentáveis, econômica, social e ambientalmente, cidades que permitam melhoria na qualidade de vida de seus habitantes, usando, ou não, a tecnologia a favor do seu desenvolvimento.
Sim, podemos falar sobre a utilização e sobre a não utilização de tecnologia, pois o sucesso do desenvolvimento de uma cidade inteligente não está condicionado, essencialmente, a esse fator. A tecnologia deve ser compreendida como um meio para se atingir um objetivo, e não como o objetivo propriamente dito. Assim como acontece nos edifícios inteligentes, o fator determinante para a criação e para o desenvolvimento de uma cidade inteligente está, então, no planejamento inteligente. Um bom planejamento arquitetônico permite que um edifício aproveite, por exemplo, a melhor posição em relação ao sol e ao vento, permitindo um conforto térmico melhor, independentemente de todos os recursos tecnológicos utilizados para a estruturação de seu sistema de refrigeração e condicionamento do ar.
Se em escala menor, como nos edifícios, já atingimos padrões internacionais de construções inteligentes, em escala maior, das cidades, ainda temos um longo caminho a percorrer.
Apesar dos recentes avanços em setores como iluminação, segurança e mobilidade, falta aos nossos gestores municipais a visão de conectividade entre os diferentes setores que compõe uma cidade inteligente. Isso permitiria um planejamento estratégico mais inteligente e racional das nossas cidades.
Idealizado pela Urban Systems, o Ranking Connected Smart Citites “tropicaliza” a discussão sobre smart cities para a realidade das cidades brasileiras. Essa mudança no olhar se faz necessária, sobretudo devido ao atraso das cidades brasileiras para solucionar questões básicas já superadas em diversas localidades pelo mundo, como o à água, saneamento básico, o à educação e à saúde.
Que nossos gestores públicos tomem os exemplos dos arquitetos modernos – com os edifícios inteligentes – e elaborem planos estratégicos conectados, que idealizem e conceituem o desenvolvimento inteligente da cidade em suas diferentes dimensões, considerando ações de curto, médio e longo prazo e melhorando a mobilidade nas cidades, trazendo soluções tecnológicas para segurança e energia, além de condições para o desenvolvimento de setores como tecnologia, comunicação, inovação e empreendedorismo, que não sejam impeditivo dos negócios e empresas aqui instalados, mas sim, propulsores do seu desenvolvimento.
“Este conteúdo foi desenvolvido pela equipe da empresa de consultoria de negócios Urban Systems”.
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