De acordo com artigo de Caio Araujo no portal Seu Dinheiro, as vendas em shopping centers cresceram 34,8% no 1T22, primeiro resultado positivo do setor desde o início da pandemia.
Após grande impacto da pandemia, os últimos seis meses tem relembrado os investidores sobre a resiliência do setor de shopping centers, bem como a capacidade dos operadores.
De acordo com a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), o setor apresentou crescimento de 34,8% nas vendas no primeiro trimestre se comparado ao ano anterior. Isso demonstra que ele é o segmento imobiliário com os melhores resultados em 2022.
Trata-se do primeiro resultado positivo para o período desde o início da crise sanitária. Após esses dados, a Associação revisou a perspectiva de vendas para o ano, saltando de 13,8% para 17,3% na comparação com 2021.
Conforme esperado, essa reação está atrelada ao aumento do fluxo de visitantes nos empreendimentos, especialmente após o avanço contundente do programa de vacinação.
Segundo semestre dos shopping centers indica desempenho melhor que o esperado
A antecipação do clima frio, aliado ao bom ritmo de vendas nas datas comemorativas (Dia das Mães e Dia dos Namorados), traz maior otimismo aos lojistas para a continuidade dessa retomada.
Isso sem contar a perspectiva de consolidação do setor.
Além da fusão entre Aliansce Sonae e BR Malls, que promete criar o maior player de shoppings do Brasil, temos observado diversos fundos imobiliários atuando no mercado de M&A, em busca de maior diversificação do portfólio.
Em bolsa, o setor de shopping centers segue instável
Embora o momento seja positivo, os preços dos FIIs e ações de shoppings seguem trajetória volátil em Bolsa. Entre os players mais líquidos, apenas Multiplan (MULT3) registra alta significativa no período, na casa de 20%. Quase todo o restante negocia com queda ao longo do ano.
Um dos fatores que justificam essa performance é a escalada dos juros (especialmente os com vencimentos longos).
Com os juros altos, a economia desacelera e as pessoas perdem grande parte de seu potencial de compra.
Este cenário poderá ser visto já no próximo semestre, no qual temos a ausência (teórica) de novos estímulos do governo e uma base comparativa mais exigente.
Ainda assim, o setor tem sido exageradamente castigado ao longo dos últimos meses, especialmente considerando a melhora nos resultados (acima das estimativas) e o histórico dos players.
Olhando para múltiplos como Preço/Lucro e Preço/Patrimônio das ações, é possível enxergar valores próximos às mínimas históricas.

Ações de MULT3, IGTI11, ALSO3 e BRML3. Fontes: Empiricus e Bloomberg
Relação risco x retorno é mais favorável a empresas listadas em bolsa do que a FIIs
Para quem deseja se posicionar no setor, hoje vejo uma relação risco vs retorno mais favorável para as companhias listadas do que os fundos imobiliários. Aliás, talvez este seja o único setor no qual podemos comparar veículos distintos.
Primeiro, é inevitável citar que os portfólios das companhias são mais qualificados que dos FIIs. Além de imóveis dominantes em suas regiões, eles são istrados por equipes capacitadas no dia a dia (no Brasil, estamos falando de pessoas com referência global). Enquanto nos fundos, as gestoras normalmente delegam a istração dos empreendimentos a terceiros.
Outro ponto importante é a liquidez: em média, o volume diário negociado pelas ações supera em 40 vezes a cesta de FIIs mais líquidos da indústria.
É claro que os FIIs possuem algumas características exclusivas, tal como a periodicidade mensal de dividendos e sua isenção de imposto de renda. Ainda assim, quando olhamos os preços por metro quadrado de cada portfólio, não vejo uma assimetria favorável para nossos queridos fundos neste momento.
O quality em oferta: Iguatemi (IGTI11)
Na última semana, a Iguatemi (IGTI11) divulgou ao mercado a prévia de seus indicadores de abril e maio.
Entre abril e maio, as vendas totais registraram um crescimento de 33,8% e 31,9%, respectivamente, em relação ao mesmo intervalo em 2019 – de todo o portfólio, sete ativos apresentaram crescimento das vendas acima de 40% no período.

Iguatemi apresenta um bom ponto de entrada no setor de shopping centers. – Imagem: Divulgação
Diante da forte performance nas vendas, o resultado dos aluguéis também evidenciou boa recuperação, com a retirada de quase todos os descontos – o que resta está concentrado em entretenimento e praça de alimentação.
O aluguel de mesmas lojas (SSR) cresceu 58,4% e o aluguel de mesmas áreas (SSA), 45,7%.
Vale citar que o IGP-M acumulado no período (três anos) foi de 61,6%, portanto, estamos falando do ree quase integral do indexador, algo que nem todos os players chegam perto.
Mesmo com a alta dos aluguéis, a companhia tem sido capaz de controlar o custo de ocupação e a inadimplência dos lojistas, indicadores fundamentais para o desempenho de curto prazo.
Para ler o artigo completo, e o portal Seu Dinheiro.
Deixe uma resposta