Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 24/06 a 30/06, além de artigos e conteúdos com temas relacionados. Para se inscrever no canal da Buildings no Youtube, clique aqui.
Aluguéis comerciais registram em abril a maior alta desde 2013; FIIs de tijolo surgem como oportunidade
Não é novidade para ninguém que o movimento de volta ao trabalho presencial se intensificou nos últimos meses. Com isso, o valor dos aluguéis comerciais registrou em abril a maior alta desde 2013, segundo o índice FipeZap+.
Na outra ponta, esse reaquecimento do mercado promove oportunidades para os fundos imobiliários (FII) de tijolo – aqueles que investem na compra de imóveis.
Vale lembrar que eles vinham sofrendo com as altas vacâncias dos últimos anos, sobretudo no período mais intenso da pandemia.
O vice-presidente e economista chefe da DataZAP+, Danilo Igliori, avalia que a perspectiva para o setor é positiva.
“No médio prazo, existe uma tendência de recuperação nos segmentos de imóveis corporativos, mas os fatores de atração para os empreendimentos deverão refletir as mudanças nos mercados de trabalho”.
No entanto, segundo o especialista, ainda é um momento incerto.
“Além da evolução do contexto pós-pandêmico, o momento é de muitas incertezas, globais e locais, sobre as dinâmicas de inflação e juros. Vale lembrar, entretanto, que o mercado de imóveis corporativos é bastante segmentado e, portanto, oportunidades de rentabilidade e maior demanda por espaço devem permanecer”, complementa Igliori.
Já Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings, empresa de pesquisa imobiliária corporativa, avalia que o setor só deve avançar nos próximos meses.
“Quando avaliamos o volume de devoluções de imóveis entre 2020 e 2021 e o fato de que agora as novas locações e expansões já superam as devoluções nos últimos trimestres, é possível dizer que o pior já ou.”
O preço do aluguel não é o único fator a se avaliar na hora de investir em um fundo imobiliário de tijolo. Ele afeta o desempenho dos ativos que não trouxeram grandes retornos no último ano, mas agora podem voltar a ser uma opção para os investidores.
Para ler a matéria completa, e o portal da Revista Buildings.
“Inflação do aluguel”: IGP-M sobe 0,59% em junho e acumula alta de 10,7% em 12 meses
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) variou 0,59% em junho, ante 0,52% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), na última quarta-feira, dia 29.
O índice é conhecido como “inflação do aluguel” por ser usado para reajustar grande parte de contratos do setor.
Com o resultado, a alta no ano chega a 8,16% e, em 12 meses, a 10,70%. Em junho de 2021, o índice havia subido 0,60% e acumulava alta de 35,75% em 12 meses.

Imagem: Getty Images/iStockphoto
Como destaque para o mês, o estudo ressalta o comportamento do óleo diesel (de 3,29% para 6,96%), do leite in natura (de 7,47% para 4,40%) e dos automóveis (de 0,57% para 2,31%).
Apesar dessas altas, a taxa em 12 meses do índice ao produtor seguiu em desaceleração, alcançando o seu menor patamar desde julho de 2020, quando acumulava alta de 9,27%, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços.
Vale ressaltar que o IGP-M é composto por três subíndices: o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado), o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado) e o INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado).
Os três subíndices apresentaram alta no mês, mas só o de preços ao consumidor acelerou no período.
Cade aprova venda do imóvel da antiga fábrica da Ford em Taubaté para a São José
A Superintendência-Geral do Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda pela Ford Motor Company Brasil do imóvel onde funcionava sua fábrica no município de Taubaté, no Estado de São Paulo, para a São José Desenvolvimento Imobiliário.
O compromisso de compra e venda entre as duas empresas foi assinado em maio e dependia da autorização do Cade para ser concluído.

Foto: Ford/Reprodução
O grupo São José tem como principal foco de atuação a construção de edifícios comerciais e residenciais, a condução e istração de obras de infraestrutura e urbanismos e o desenvolvimento de atividades de planejamento, realização, execução de loteamentos e incorporação de empreendimentos imobiliários.
Segundo informou a empresa, esse negócio permite a oportunidade de desenvolver empreendimentos imobiliários no Estado de São Paulo.
A alienação do imóvel é parte da ampla reestruturação do negócio global do grupo Ford, que não atuará mais na fabricação de veículos motores e componentes no Brasil.
Setor de shopping centers apresenta melhor performance em 2022 e oferece oportunidades
Após grande impacto da pandemia, os últimos seis meses tem relembrado os investidores sobre a resiliência do setor de shopping centers, bem como a capacidade dos operadores.
De acordo com a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), o setor apresentou crescimento de 34,8% nas vendas no primeiro trimestre se comparado ao ano anterior. Isso demonstra que ele é o segmento imobiliário com os melhores resultados em 2022.

Foto: Unsplash
Trata-se do primeiro resultado positivo para o período desde o início da crise sanitária. Após esses dados, a Associação revisou a perspectiva de vendas para o ano, saltando de 13,8% para 17,3% na comparação com 2021.
Conforme esperado, essa reação está atrelada ao aumento do fluxo de visitantes nos empreendimentos, especialmente após o avanço contundente do programa de vacinação.
Ao que tudo indica, o segundo trimestre também se mostra acima das expectativas.
A antecipação do clima frio, aliado ao ritmo de vendas nas datas comemorativas (Dia das Mães e Dia dos Namorados), traz maior otimismo aos lojistas para a continuidade dessa retomada.
Isso sem contar a perspectiva de consolidação do setor.
Além da fusão entre Aliansce Sonae e BR Malls, que promete criar o maior player de shoppings do Brasil, temos observado diversos fundos imobiliários atuando no mercado de M&A, em busca de maior diversificação do portfólio.
Ancar vê ‘brecha’ após fusão de rivais
Quando as empresas de shopping center Ancar Ivanhoe e BR Malls começaram a negociar um acordo, em fevereiro, que poderia ser um entrave aos planos de a Aliansce Sonae se juntar à BR Malls, o mercado ou a considerar a possibilidade de a Ancar dar novo rumo aos seus negócios.
Discreta em suas movimentações e de capital fechado, a Ancar desenhava uma fusão parcial com a BR Malls, algo que traria ao grupo maior grau de visibilidade.

Carvalho, da Ancar Ivanhoe, fala de potenciais negócios: “Podemos acelerar para o lado de cá porque há espaço para isso” — Foto: Silvia Costanti/Valor
A conversa acabou não dando certo, em parte por ser uma operação societária complexa, com diferentes sócios em vários ativos. Já a Aliansce, sob o risco de ter seu negócio “atravessado” por qualquer outro competidor, teria acelerado a negociação com a BR Malls.
O acordo entre Aliansce e BR Malls acabou aprovado pelos acionistas no começo de junho e o caso está sob análise do Cade, órgão antitruste.
Pelo menos, até agora, sem um projeto de fusão mais robusto na mesa, a Ancar fica mais distante da empresa combinada entre Aliansce e BR Malls.
O grupo, fundado pela família Carvalho, tem 25 empreendimentos (16 como sócio e o restante sob sua gestão) e seus 4,5 mil lojistas vendem ao ano R$ 17 bilhões.
Na liderança, Aliansce e BR Malls têm 69 shoppings na carteira e R$ 38 bilhões em vendas ao ano. São estimadas sinergias anuais de R$ 210 milhões e uma escala que envolve contratos com mais de 13 mil lojas.
Ancar e BR Malls até tentaram um acordo de fusão parcial no fim de 2020, como itiram publicamente na época, mas não houve avanços sobre os ativos que formariam essa nova empresa, diz uma fonte. Um ano depois, a Aliansce saiu na frente e decidiu fazer a oferta à BR Malls.
Segundo Marcelo Carvalho, da segunda geração da família fundadora.
“Tem o desafio deles de integração e não sou só eu que falo isso, o ‘doutor Peres’ [Isaac Peres, da Multiplan] e o Carlos Jereissati [da Iguatemi] já disseram também. Ter 69 shoppings pode ser muito bom ou não significar nada porque tem o desafio de integração, de equipes, processos e cultura […]. Eles têm uma digestão a fazer, e na digestão você não pode comer mais. E não estou desmerecendo o acordo, acho que será positivo a eles. Estou dizendo que isso já está acontecendo”.
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