Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 18/02 a 24/02, além de artigos e conteúdos com temas relacionados.
Mais dois fundos imobiliários desistem de emissões de cotas com tensão no mercado e balde de água fria da CVM
Assim como acontece entre as empresas, cujo ritmo de desistências de aberturas de capital (IPOs, na sigla em inglês) é intenso em 2022, os fundos imobiliários sofrem para emplacar emissões de cotas.

Fundos imobiliários (FIIs) sofrem para emplacar emissões de cotas – Imagem: Shutterstock
O cenário se impôs aos fundos BR Properties (BROL11) e Mauá Capital Hedge Fund (MCHF11), por exemplo. O fim do período de reservas para o IPO e follow on, respectivamente, dos ativos estava marcado para a última quarta-feira (23).
As duas operações movimentariam cerca de R$ 730 milhões de reais, mas foram suspensas devido a mudanças nas “condições de mercado”.
Entre os catalisadores dessas alterações estão fatores internacionais, como a tensão entre Rússia e Ucrânia e nacionais, com a aproximação do período eleitoral sendo um dos destaques.
Vale citar ainda uma decisão da Comissão de Valores Mobiliários, atualmente em suspensão temporária, que jogou incertezas sobre um dos principais atrativos dos FIIs: os dividendos mensais.
A xerife do mercado de capitais determinou, no final de janeiro, que o Maxi Renda (MXRF11) — um dos maiores FIIs da indústria — precisa pagar rendimentos aos cotistas com base no resultado contábil, e não no regime de caixa.
Mas, entre mortos e feridos, dois dos quatro FIIs que planejavam realizar ofertas de cotas nesta semana sobreviveram e tornam-se opções para o investidor que busca operações do tipo para ampliar a carteira de fundos de investimentos.
O primeiro deles é o Plural Crédito Agro (PLCA11), istrado pelo Banco Genial. Como indica o nome, este é um Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), classe de ativos que vêm se popularizando nos últimos dois anos.
O segundo fundo a resistir às condições desfavoráveis do mercado e manter a captação é o BTSP II (BTSI11), da Inter Distribuidora. Essa será a segunda emissão de cotas do FII, que busca levantar R$ 105,6 milhões de reais e também pede R$ 100 reais por cota.
Magazine Luiza abre seu maior centro de distribuição no Brasil
Após um ano para ser construído, o maior centro de distribuição do Magazine Luiza no Brasil foi entregue pela GLP, uma das líderes globais em gestão de investimentos e desenvolvimento de negócios em logística. Localizada no parque logístico GLP Guarulhos II, na Grande São Paulo, a unidade deve atender à crescente demanda pelo e-commerce no Brasil, que foi potencializada pela pandemia.

Foto: Estadão Conteúdo-Sérgio Neves
Com isso, o Magazine Luiza (MGLU3) colocou em prática uma ação estratégica ao abrir seu maior centro de distribuição.
O centro está operando desde dezembro ado e atende tanto o abastecimento das lojas da região quanto as entregas de produtos vendidos através dos canais digitais.
Para o Magazine Luiza, a expectativa é de que o CD transforme-se em um polo estratégico para o atendimento à região Sudeste.
Para o presidente da GLP no Brasil, Mauro Dias, o e-commerce vai continuar crescendo.
“Sabemos que a excelência logística com entregas mais rápidas e preços mais baixos para o consumidor, é hoje o principal diferencial competitivo no e-commerce brasileiro. Nesse sentido, a missão da GLP é contribuir para que o Magalu possa oferecer o melhor serviço a seus clientes”.
São Carlos investe em fundo de startups que já atraiu Cyrela e Gerdau
A empresa de propriedades comerciais São Carlos Empreendimentos fechou o aporte de R$ 2,5 milhões em um fundo da Terracotta Ventures, gestora de recursos especializada em startups do ramo imobiliário e que já atraiu investidores de peso como Cyrela, Gerdau e Vedacit.

Foto: Werther Santana/Estadão
Por trás do novo aporte está o objetivo da São Carlos em ter o a startups com soluções inovadoras nos segmentos de canteiros de obras, intermediação imobiliária, gestão de condomínios, serviços financeiros e outras demandas de locatários de imóveis comerciais.
O investimento da São Carlos faz parte do fundo Terracotta Warriors I, que pretende aportar um total de R$ 100 milhões em até três anos. O portfólio da Terracotta inclui participação em startups como Yuca e Livance, que estão ganhando tração nos setores de locação. Ao todo, já são sete investidas, e estão previstas mais oito.
Três formas para viver de renda de imóveis
Quando se fala em viver de renda, os investimentos em imóveis surgem como primeira opção entre os investidores. A imagem deste tipo de aplicação é de uma renda segura e estável.

(Foto: Eduardo Knapp/ Folhapress, COTIDIANO). – Folhapress
Existem várias formas de se investir no segmento imobiliário, três delas são: imóveis residenciais, imóveis comerciais e fundos imobiliários de tijolo.
Tradicionalmente, investidores adquirem imóveis residenciais ou comerciais para locação com objetivo de renda.
Segundo o portal FipeZap, imóveis residenciais e comerciais rendem na média do país uma taxa anual de 4,66% e 5,55%, respectivamente.
Para encontrar esta taxa, o FipeZAP usa os dados de anúncio de preço de aluguel e de preço de venda. A divisão do primeiro pelo segundo, resulta na taxa de locação. Uma taxa de 4,66% ao ano, significa que você ganharia 0,39% ao mês sobre o valor do imóvel residencial adquirido, como forma de aluguel. No caso do imóvel comercial, seria de 0,46% ao mês.
No entanto, este retorno não é líquido de custos e de impostos. Líquido de custos como despesas de imobiliária e manutenção, esse retorno cai cerca de 30%. Ou seja, conservadoramente, deve assumir um retorno de 0,27% para imóvel residencial e de 0,32% para imóveis comerciais.
Seja como for, as taxas de aluguel já foram maiores no ado, mas caíram junto com a queda da taxa de juro.
Isso significa que se deseja ter uma receita líquida de R$ 5.000 reais mensais, precisaria ter R$ 1,5 milhão de reais em imóvel comercial e R$ 1,9 milhão de reais em imóvel residencial.
Estes são valores altos. Assim, é muito difícil ter uma diversificação que permita reduzir o pior risco para os imóveis que é a vacância. Quando há vacância, além de você não receber o aluguel, você ainda tem de arcar com os custos de IPTU e condomínio.
Os fundos imobiliários de tijolo distribuem, atualmente, uma renda de 9% ao ano, por meio de dividendos isentos de IR. Isso equivale a um rendimento de 0,75% ao mês isento de IR e já líquido de taxas.
Para ter a mesma renda líquida de R$ 5.000 reais, seriam necessários apenas R$ 667 mil reais. Portanto, menos da metade do que é necessário para ter a mesma renda proveniente de imóveis comerciais e com uma vantagem adicional.
Com o valor de R$ 667 mil reais é possível diversificar em dezenas de imóveis o que reduz bastante o risco de vacância que as alternativas anteriores.
BR Properties cancela venda de participação de imóveis para fundo
A BR Properties comunicou ao mercado que não será efetivada a venda de participação de imóveis à BR Properties Fundo de Investimento Imobiliário, fundo para o qual presta consultoria imobiliária.

BR Properties: Os imóveis estão localizados em São Paulo e Rio de Janeiro — Foto: Divulgação/BR Properties
Segundo a empresa, desde o protocolo do pedido de registro da oferta do Fundo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), eventos alheios ao controle do BRL Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e das instituições intermediárias responsáveis pela coordenação, estruturação e distribuição da oferta pública impactaram de forma relevante a viabilidade da oferta nos termos em que estava estruturada. Isso considerando as condições de mercado avaliadas à época do pedido de registro da oferta.
Em fato relevante enviado à CVM, foi informado.
“Como consequência das alterações nas referidas condições de mercado, que afetam tanto a demanda pelas cotas do Fundo, quanto a atratividade do retorno esperado com eventuais investimentos que o Fundo poderia realizar com os recursos da oferta, o e os coordenadores entenderam ser desaconselhável o prosseguimento da oferta, tanto na perspectiva do Fundo, quanto de eventuais investidores, nos termos e condições contratualmente estipulados”.
A BR Properties havia fechado a venda de frações de imóveis no valor total de R$ 485 milhões de reais ao fundo em maio de 2021. Os imóveis estão localizados em São Paulo e Rio de Janeiro.
ARTIGOS BUILDINGS
Antes de finalizar, te convido para conferir os artigos e outros conteúdos na Revista Buildings e também no nosso canal no Youtube.
Nesta semana publicamos um artigo exclusivo de uma nova tendência: Design focado no colaborador: a inclusão de experiência no design corporativo.
Além disso, nosso primeiro vídeo sobre a Expansão Latam em Santiago está disponível em nosso canal no Youtube.
Santigo é hoje o terceiro maior estoque em metros quadrados de edifícios classe A da América Latina, ficando atrás apenas do México e de São Paulo.
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