Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 04/02 a 10/02, além de artigos e conteúdos com temas relacionados.
Projeção para IPCA 2022 no cenário referência está em 5,4%, diz ata do Copom
A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na última terça-feira, dia 8, indicou que a projeção para o IPCA de 2022 no cenário de referência está em 5,4%.

Nova reunião do Copom acontece em março e Selic deve subir novamente (Crédito: AFP/Arquivos)
Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,45 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2023, a projeção está em 3,2%.
Essas estimativas já constaram no comunicado da semana ada, quando o Copom aumentou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, a oitava alta consecutiva, configurando o processo mais forte de aperto monetário desde 1999.
No documento, o BC ainda indicou que “antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”, em relação aos seus próximos os.
Foi a primeira vez que a projeção do BC indicou novo rompimento da meta de inflação este ano, considerando o teto de 5,0%. Para 2023, está ligeiramente abaixo do centro da meta (3,25%).
Na ata da reunião anterior, em dezembro ado, as projeções de inflação no cenário básico (juros Focus e câmbio PPC) eram de 4,7% para 2022 e 3,2% para 2023.
O BC projeta uma elevação de 6,6% nos preços istrados em 2022, considerando seu cenário de referência. No caso de 2023, a estimativa é de 5,4%.
Ainda sobre o IPCA, vale lembrar que, em razão da pandemia, o IGPM, índice costumeiramente utilizado pelo mercado corporativo para o reajuste anual de imóveis comerciais e residenciais, foi substituído pelo IPCA em razão do aumento exponencial sofrido.
Focus: Selic no fim de 2022 permanece em 11,75% ao ano
Após sinalização direta do Comitê de Política Monetária do Banco Central de que deve reduzir o ritmo de alta da taxa Selic no próximo encontro, os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para os juros básicos da economia no fim de 2022.

Crédito: Getty Images
A projeção continuou em 11,75%, conforme o Relatório de Mercado Focus, mesmo porcentual de um mês atrás.
Mas, considerando apenas as 45 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano cedeu de 11,88% para 11,75%.
“Em relação aos seus próximos os, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante”, disse o Copom, após elevar a Selic em 1,50 ponto porcentual este mês, de 9,25% para 10,75% ao ano.
O colegiado, porém, repetiu que irá perseverar na estratégia de aperto monetário “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, preocupado com o aumento das projeções de inflação e o risco de descolamento da inflação em prazos mais longos.
No Boletim Focus, o cenário para a taxa básica de juros da economia foi mantida para os anos seguintes. A estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8,00%, ante igual taxa há quatro semanas.
Para 2024, ficou em 7,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Da mesma forma, a previsão para o fim de 2025 continuou em 7,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.
Wall Street aprende a relaxar a respeito de volta ao escritório
Funcionários de bancos em Wall Street têm começado a voltar aos escritórios nos últimos dias, à medida que os casos da variante ômicron diminuem em Nova York.
Desta vez, porém, a volta ao trabalho presencial chega com discrição e não com o estardalhaço da reabertura ada, no verão americano.

No Goldman Sachs, um dos maiores defensores no setor da volta das pessoas ao escritório, o que se via era um clima notavelmente mais sossegado — Foto: Peter Foley/Bloomberg
No Goldman Sachs, um dos maiores defensores no setor da volta das pessoas ao escritório, o que se via era um clima notavelmente mais sossegado do que no verão ado [nos Estados Unidos, terceiro trimestre de 2021], quando o banco valeu-se de concertos à tarde e “food trucks” para dar boas-vindas ao pessoal.
O quadro de funcionários do banco recebeu como orientação geral que deveria esperar o retorno ao escritório em 1º de fevereiro. Equipes individuais ganharam a autonomia de decidir quantos dias por semana seus membros devem ir ao escritório, criando, por agora, uma maior sensação de flexibilidade.
“No verão, foi uma sobrecarga de sensações no primeiro dia de volta [ao escritório]. A sensação é diferente desta vez. Parece bem opcional”, disse um funcionário do Goldman Sachs.
A questão diante dos executivos é se a abordagem mais descontraída continuará à medida que Nova York continuar aquecendo-se e a disseminação da ômicron, perdendo força.
“Meu canhão está voltado para fundos imobiliários de tijolo”, diz professor Baroni, que vê “mar de oportunidades” no segmento
Enquanto ganha força o debate sobre os fundos imobiliários de “papel”, que se beneficiam de juros e inflação em alta, um dos maiores especialistas em FIIs do País foca sua atenção nos fundos de “tijolo”.
Para Marcos Baroni, analista-chefe de fundos imobiliários da Suno Research, há um “mar de oportunidades” no segmento.
Conhecido como “professor Baroni”, o especialista da Suno revelou ter atualmente 40% da sua carteira de fundos imobiliários composta por FIIs de “papel”, que investem em títulos de renda fixa atrelados aos índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou em certificados de recebíveis imobiliários (CRI).
“Estou satisfeito com a quantidade de ‘papel’ na minha carteira, que ancora bem o dividendo. Mas hoje meu ‘canhão’ está voltado mais para o ‘tijolo’ do que para o ‘papel’. Tem muito fundo de ‘tijolo’ dando sopa e algumas oportunidades são inimagináveis”, afirma o professor. Ele se refere aos fundos que têm na carteira imóveis como escritórios, galpões logísticos e shoppings.
Na avaliação de Baroni, o segmento de fundos imobiliários está diante da maior janela de oportunidades que já presenciou na história moderna do segmento, em termos de desconto das cotas, retorno com dividendos e notícias positivas para os fundos.
“Se você oferecer a um investidor imobiliário um portfólio de imóveis que retornam, em média, 8,5% ao ano com aluguel isento de Imposto de Renda e que possui prédios em regiões nobres, galpões logísticos classe A e shoppings diversificados, ele provavelmente ficará com tudo”, arrisca Baroni.
Os escritórios encolhem e o mercado imobiliário sofre queda de até 35% na locação de espaços comerciais
O home office decretado nos dois primeiros anos de pandemia foi o grande pesadelo do mercado corporativo de imóveis. Em 2020, o setor viu as empresas devolverem 273 mil m2 de escritórios alugados.
Em 2021, a marca subiu para 290 mil m2, segundo dados da consultoria Newmark.

TECNOLOGIA Sede da seguradora Icatu no Rio de Janeiro: melhorou a experiência das reuniões à distância com supertelões (Crédito: Chico Ferreira)
Em pontos nobres da capital paulistana, como as Avenidas Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini, considerados grandes centros financeiros, a vacância dos imóveis corporativos chegou a 30%, um aumento de 25% em relação a 2019.
Vale destacar que no ano anterior à chegada do vírus, o setor estava preparado para crescer – e não encolher.
“Nunca tivemos uma vacância tão alta no setor”, diz o Kwan Lao, de 53 anos, investidor do mercado imobiliário há pelos menos 20 anos. “Todos diziam que o home office seria o novo normal, mas não é bem assim. O mercado já está reagindo.”
Segundo o investidor, no quarto trimestre do ano ado, a vacância diminuiu para 22%, em média. A vacinação fez com que o trabalho presencial começasse a voltar, mas não do mesmo jeito.
Uma das mais amplas pesquisas internacionais sobre o mundo corporativo, a Global Work-from-Home Experience Survey, indica que 77% das pessoas querem continuar a trabalhar de casa. Essa é uma questão para as empresas resolverem.
O Studio Guto Requena, de arquitetura e design, localizado em São Paulo, tem recebido pedidos de remodelações de sedes de empresas, que diminuíram de 30% a 50% os espaços internos dos escritórios.
Essa é uma reposta à mudança na forma de trabalho, que continua a distância, pelo menos alguns dias da semana.
Conhecido como uma das maiores empresas de arquitetura e construção do mercado corporativo, a Athiè Wohnrath também enfrenta o desafio de adaptar os espaços corporativos a novos conceitos.
“Muitas empresas foram resistentes a abrir mão do presencial, mas tiveram de aderir”, diz Sergio Athiè. “Elas descobriram que era possível, sim, trabalhar alguns dias de casa e adotaram políticas que, ao que parece, vão se perpetuar.” Uma característica que virou ado é a grande sala com mesas fixas de trabalho, divididas por baias. “Agora a tendência é ter postos livres com menos pessoas dentro do ambiente.”
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