Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 01/01 a 06/01, além de artigos e conteúdos com temas relacionados.
No Brasil, home office se torna realidade para poucos
Ao longo da pandemia, o trabalho remoto virou tema de debate. No entanto, o home office não foi a realidade para a maioria dos brasileiros.

Imagem: Unsplash_Yasmina H
Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a modalidade a distância foi adotada por cerca de 10% dos trabalhadores do País – sendo que a concentração foi forte nas regiões mais ricas e urbanizadas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A infraestrutura deficiente dos domicílios em outras regiões, tanto do ponto de vista de equipamentos quanto do o à internet, limitou bastante o home office no Norte e no Nordeste, de acordo com a pesquisa.
Mesmo no auge do isolamento social, entre maio e junho de 2020, o número de trabalhadores atuando remotamente no País mal ou de 10% do total de ocupados, algo como 9 milhões de pessoas, segundo dados já divulgados pelo IBGE.
Em novembro do ano ado, último dado disponível, o número caiu para 7,3 milhões de trabalhadores, apenas 8,7% do total dos ocupados, já considerando o gigantesco fechamento de vagas por causa da pandemia.
A participação era ainda menor no Nordeste (6,3%) e no Norte (3,7%), mas maior no Sudeste (11,3%), com destaque para Rio e São Paulo. O Distrito Federal, onde 18,9% do total de empregados em novembro de 2020 estavam em home office, foi o campeão nesse quesito.
Cerca da metade do pessoal em trabalho remoto em novembro de 2020 estava em São Paulo, Rio e Brasília.
Esses números de trabalhadores em home office estão substancialmente abaixo do potencial. Seguindo metodologia dos americanos da Universidade de Chicago, o estudo do Ibre/FGV estimou que o total de trabalhadores brasileiros empregados em funções que poderiam ser exercidas remotamente, entre formais e informais, era de 24,2 milhões, 25,5% do total de ocupados em 2019 – outros pesquisadores locais, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e da consultoria IDados, chegaram a números semelhantes para o Brasil.
Nos EUA, 37% do total de trabalhadores ocupados antes da pandemia tinham funções íveis de ser exercidas remotamente. No Brasil, esse contingente é menor porque a larga maioria das vagas é de empregos de baixa qualificação, que não podem ser executados a distância.
XP compra fatia da Suno e terá lugar no conselho
Com a aquisição minoritária do grupo Suno, anunciada na última quarta-feira, 05, a XP Inc. faz um novo lance na consolidação de negócios que nasceram sob o chapéu da análise de investimentos independente, mas que já se espraiam por outras linhas de atuação.

Reis, da Suno (ao centro), ao lado de Benchimol, fundador da XP e presidente do conselho, e o CEO Thiago Maffra — Foto: Divulgação
A transação envolve não só a Suno Research, principal fonte de receitas, como também a gestora de recursos, os portais de conteúdo Suno Notícias, Fiis (de fundos imobiliários) e FundsExplorer, bem como a plataforma de dados financeiros Status Invest.
A transação foi dividida em três partes, descreve Karel Luketic, sócio e diretor da XP.
Numa venda secundária de ações, minoritários financeiros da Suno saíram do negócio. A segunda tranche foi uma operação primária, que injeta efetivamente capital na empresa.
A terceira frente envolveu a reorganização do grupo numa nova “partnership”, aos moldes da adotada pela própria XP, em que 20 dos principais executivos estão integrados.
De acordo com Luketic.
“Eles ficam alinhados na holding, é dividir para conquistar e trazer mais valor para o cliente, e não ficar focado no curto prazo, no imediatismo. É um ecossistema que complementa a oferta que a XP tem para o cliente, com uma visão de longo prazo próxima da nossa, de empoderar a jornada do investidor, dar autonomia para ele ter o a múltiplos produtos financeiros e conteúdos.”
O executivo não abre o tamanho da participação adquirida nem o valor do negócio. Diz apenas que se trata de uma fatia minoritária relevante, que prevê que a XP tenha assento no conselho de istração da Suno.
Vai ajudar nas decisões estratégicas como fusões e aquisições e em novos negócios, mas não haverá ingerência no dia a dia da operação, assegura.
BTG Pactual revisa projeções para baixo e prevê crescimento zero para PIB do País em 2022
Citando volatilidade típica de anos eleitorais no câmbio, inflação pressionada e perda de tração da atividade com os juros caminhando aos dois dígitos, a equipe de análises macroeconômicas do BTG Pactual digital agora prevê uma economia estagnada (crescimento zero) para o Brasil neste ano.

Escritório vazio na Faria Lima, em São Paulo; funcionários ficaram em home office para evitar contágios pela covid Foto: Daniel Teixeira/Estadão/08/04/2020
O banco revisou, em relatório publicado na última segunda-feira, 3, a previsão anterior que apostava em alta de 0,4% do PIB em 2022, ao mesmo tempo em que elevou, de 4,6% para 5%, a expectativa para a inflação medida pelo IPCA (inflação oficial) no ano, embora sem alterar a projeção de alta da Selic, ainda em 11,75%.
O viés da previsão ao PIB é de baixa – ou seja, há possibilidade de o prognóstico piorar. O BTG Pactual digital revisou suas previsões após indicadores recentes frustrantes da indústria, dos serviços e do comércio sugerirem que 2021 deixou uma herança estatística negativa para 2022.
O BTG Pactual digital compara o momento com o de 2014, ano marcado por inflação e juros altos, retirada de estímulos nos Estados Unidos e eleições no Brasil.
No contexto em que a economia perde tração mais rápido do que se esperava, o maior impacto negativo deve ser sentido na indústria, mas a volta do setor de serviços também deve perder força, com alguns de seus segmentos não retornando ao nível pré-pandemia, observam os analistas do BTG Pactual Digital Álvaro Frasson, Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, que assinam o relatório.
O cenário de câmbio, acrescentam, deve seguir “desafiador” por conta das eleições e da alta dos juros nos Estados Unidos, onde o mercado já começa a precificar a possibilidade de quatro aumentos na taxa dos fed funds neste ano.
A expectativa dos analistas é de que o dólar ronde a cotação de R$ 5,60 ao longo de todo 2022, porém com a volatilidade subindo consideravelmente a partir do segundo trimestre, quando a eleição presidencial, “principal evento do ano”, ganha maior destaque.
Busca por galpões segue elevada e puxa investimento
O segmento de galpões terá, em 2022, mais um ano aquecido, com investimentos bilionários e demanda elevada por locação de áreas.
Empresas de comércio eletrônico, varejistas e indústria farmacêutica seguem na linha de frente nas contratações de espaços, e há busca por áreas para armazenagem, troca e distribuição de produtos desde a capital paulista — maior mercado do país — até outras praças, como Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.

Centro de distribuicao do Mercado Livre. — Foto: Silvia Costanti / Valor
Nos cálculos da consultoria CBRE, a absorção bruta — indicador de novas contratações — de galpões cresceu 19%, no ano ado, no estado de São Paulo, para 2,75 milhões de m2.
A absorção líquida — diferença entre áreas contratadas e devolvidas — teve expansão de 22%, para 1,56 milhão de m2. Os números consolidados do Brasil ainda não foram fechados, mas a expectativa da CBRE é que a absorção bruta tenha ultraado 5 milhões de m2. Os dois indicadores foram recordes. A vacância caiu 1,4 ponto percentual, para 12,3% em 2021.
Segundo o diretor sênior de industrial e logística da CBRE para a América Latina, Fernando Terra, deverá haver manutenção, em 2022, nos volumes registrados no estado de São Paulo e no Brasil.
Como deve ser o ‘novo normal’ no trabalho em 2022, segundo especialistas
Apesar das esperanças de muitos trabalhadores, o retorno ao trabalho presencial em tempo integral parece muito pouco provável, à medida que a variante ômicron posterga os planos de retorno ao escritório de milhões de trabalhadores.
E, considerando a forma como o mercado de trabalho atual aumentou o poder dos funcionários em muitos países, as estruturas de trabalho pré-pandemia provavelmente ficarão no ado.

Imagem: Unsplash (Campaign Creators)
Embora pareça certo que isso vá acontecer, pouco ainda se sabe sobre como se dará a evolução do ambiente de trabalho em 2022. Nesta mesma época no ano ado, muitas pessoas esperavam que 2021 trouxesse um certo grau de estabilidade, talvez até o lento desenvolvimento do trabalho híbrido.
Mas o surgimento de novas variantes do vírus impediu esses desdobramentos — e essa situação pode muito bem perdurar pelos próximos meses.
Em meio às atuais circunstâncias em constante mutação, é difícil indicar onde poderemos nos encontrar daqui a 12 meses. Mas os especialistas que estudam emprego e ambiente de trabalho identificaram algumas tendências que já estão moldando a forma como estaremos trabalhando em 2022 — e podem ser apenas uma janela para o futuro da vida no escritório.
O anseio por semanas de trabalho mais curtas e menos horas de trabalho vem ganhando impulso em todo o mundo. Empresas e governos já estão explorando essa possibilidade.
É necessário reorganizar as estruturas do nosso tempo de trabalho, segundo Abigail Marks, professora de futuro do trabalho da Faculdade de istração da Universidade de Newcastle, no Reino Unido.
A semana de trabalho de 40 horas, das 9 às 5, surgiu durante a Revolução Industrial — a última mudança dramática do trabalho — mas não é mais sustentável, segundo ela, devido ao “ritmo crescente de trabalho exigido pelos programas de videoconferência e pela necessidade de presença online contínua”.
Marks acrescenta: “as empresas e os legisladores estão dispostos a explorar medidas que possam reduzir a sobrecarga dos trabalhadores, esperando ainda manter esse aumento da produtividade. A solução constantemente mencionada é a semana de trabalho de quatro dias”.
E menos horas de trabalho podem significar melhor saúde mental e equilíbrio entre a vida e o trabalho para muitos trabalhadores.
ARTIGOS BUILDINGS
Antes de finalizar, te convido para conferir os artigos e outros conteúdos na Revista Buildings e também no nosso canal no Youtube.
Nesta primeira semana de janeiro publicamos um artigo exclusivo, trazendo uma Retrospectiva dos principais destaque no mercado imobiliário em 2021.
O setor imobiliário corporativo mais uma vez se mostrou resiliente e com isso, fizemos um resumo do setor com dados e fatos ocorridos e as tendências que surgiram ou se consolidaram a partir da pandemia.
Confira artigo completo aqui.
Caso não tenha visto, te convido para ver nosso último vídeo no Youtube com os Principais destaques do mercado de escritórios e setor logístico em 2021 e projeções para este novo ano.
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