Confira abaixo as mais recentes notícias do mercado imobiliário corporativo, além de artigos com temas relacionados.
Fundos imobiliários atravessam maré turbulenta com favoritismo pela renda fixa
Pela quarta vez seguida, o Comitê de Política Monetária, o Copom, decidiu elevar a taxa básica de juros de 4,25% para 5,25% ao ano. Isso ocorreu na última quarta-feira, dia 11.
Apesar de ter sido o maior aumento em 18 anos, de 1 ponto percentual, o anúncio não trouxe muitas novidades para o mercado, visto que a autoridade monetária já havia indicado o início de um novo ciclo de alta da Selic na primeira reunião, em março deste ano.
Especialistas não contavam, porém, com a velocidade e intensidade na qual aconteceria tal movimento de aperto monetário.
A surpresa também pairou sobre a indústria de fundos imobiliários, que evoluiu e se consolidou no mercado em um cenário de taxa na mínima histórica, de 2% ao ano.
Para efeito de comparação, em janeiro, a mediana das previsões de economistas do Boletim Focus indicava a Selic em 3,5% ao fim de 2021, além de uma taxa de 5% só em 2022.
Após quatro altas seguidas e alguns meses depois, no entanto, o documento mais recente mostra que as expectativas saltaram para 7%, neste e no próximo ano.
Apesar dos contínuos aumentos da taxa de juros, as perspectivas para a classe de fundos imobiliários são otimistas, pelo menos enquanto a Selic não chegar na casa de dois dígitos.
Segundo Rodrigo Possenti, gestor da Fator, se a taxa alcançar um nível mais elevado em um futuro próximo, como o juro em 10%, a indústria pode vir a ter problemas, dado que boa parte do estoque de fundos está em um patamar inferior.
Por ora, entretanto, a autoridade monetária e as instituições financeiras não preveem um repeteco de maio de 2017, última vez em que o Copom estabeleceu a Selic acima de 10%.
Tishman compra edifício da Serasa apostando na retomada dos escritórios
A Tishman Speyer fechou a compra do Edifício Quinimuras, na capital paulista, que pertencia à Serasa. A aquisição do prédio de alto padrão com área locável superior a 10 mil m2 ocorre em um momento em que a demanda por escritórios volta a crescer.

Daniel Cherman, presidente da Tishman Brasil: “Há a percepção de que as coisas estão começando a melhorar” — Foto: Claudio Belli/Valor
Segundo o presidente da Tishman Brasil, Daniel Cherman.
“De pouco mais de um mês para cá, as empresas retomaram as vistas aos escritórios. Há a percepção de que as coisas estão começando a melhorar”.
Localizado no bairro de Indianópolis, o prédio já foi ocupado pelos escritórios e pelo datacenter da Serasa, mas está vazio.
A Tishman fará “pequena reforma” no imóvel, e a intenção é alugá-lo para usuário único. Trata-se de edifício no estilo campus, ou seja, cercado de área verde.
Na avaliação de Cherman, quando o modelo híbrido de trabalho for adotado, os escritórios terão de oferecer “ambiente acolhedor para que as pessoas queiram ir para lá.”
No fim do ano, a Tishman vai entregar o empreendimento de uso misto Alameda Jardins, ao lado do metrô Oscar Freire, localizado em região nobre da capital paulista.
O projeto inclui “prédio boutique” de alto padrão com 5 mil m2 de área. As conversas com potenciais inquilinos começaram, mas nenhuma negociação foi fechada ainda. Há interesse, segundo Cherman, por parte de varejistas presentes na Oscar Freire e de empresas de tecnologia.
RBR LOG loca 100% do empreendimento RBR Hortolândia II
06/08 – Fato Relevante da Bresco Logística
Em Fato Relevante divulgado na última sexta-feira, dia 06, a RBR formou que celebrou contrato de locação para a ocupação de 16 mil m² do RBR Hortolândia II.

Foto retirada do site da CBRE.
O fundo adquiriu o imóvel em fevereiro de 2020. Nesta ocasião, ele estava locado para a Fiat (FCA). Em maio de 2021 a FCA devolveu o imóvel, que já estava em negociação com duas novas empresas.
Logo, começaram as reformas para adequação do espaço para atender as necessidades de um empreendimento multiusuário.
Em menos de 3 meses da saída da Fiat, o fundo informou duas novas locações: a primeira da B2W em 13 junho e a segunda para a Zaragoza (Exportação e Importação) em 06 de agosto. Com isso, o imóvel está 100% locado.
O RBR Hortolândia II está localizado a pouco mais de 100 Km da capital paulista e conta com área total de 42 mil m².
Galpões crescem na esteira do ‘e-commerce’
Em um cenário em que empresas de comércio eletrônico têm a velocidade de entrega dos produtos como diferencial na disputa por clientes, cresce a necessidade por galpões, principalmente no entorno dos grandes centros consumidores, com destaque para o raio de 30 quilômetros da cidade de São Paulo.

Ricardo Betancourt, presidente da Colliers Brasil — Foto: Claudio Belli/Valor
Com o aumento da procura, desenvolvedoras de galpões e investidores aceleraram investimentos para expandir portfólios.
Há pelo menos R$ 6 bilhões de reais em curso, no mercado, numa estimativa conservadora. Algumas empresas confirmam a expansão, mas não informam os valores.
A tendência é que o comércio eletrônico continue a crescer, nos próximos anos, gerando demanda por galpões tanto para centros de distribuição quanto para operações menores e próximas dos clientes. Essa é a avaliação do diretor do comitê de e-commerce da Associação Brasileira de Agentes Digitais, Gustavo Chapchap.
A expansão esperada baseia-se, segundo ele, nos novos consumidores, que aram a fazer compras online na pandemia, na diminuição do fluxo de pessoas nos centros comerciais devido ao trabalho híbrido e ao consumo por parte da geração Z, nativa digitalmente.
No ano ado, 20,2 milhões de consumidores estrearam nas compras online, segundo relatório da empresa de pesquisas Neotrust, e o total movimentado chegou a R$ 126,3 bilhões de reais.
No primeiro trimestre, as aquisições online cresceram 57,4%, para R$ 78,5 milhões de reais. Com alta de 72,2%, as operações movimentaram R$ 35,2 bilhões de reais, conforme a Neotrust.
No trimestre, a maior contratação de áreas de galpões, no Estado de São Paulo, foi feita pela Magalu – 21,5 mil m2, na região de Jundiaí, conforme a JLL.
No Estado do Rio de Janeiro, a Amazon fechou a principal locação, de 38,3 mil m2, na região Pavuna/São João do Meriti.
A JLL destaca também o aluguel de 75 mil m2 pelo Mercado Livre em Minas Gerais.
“O ano está muito mais forte do que imaginávamos. O volume de locação do primeiro semestre foi mais do que o dobro de todo o ano de 2020”, diz o diretor financeiro da Bresco, Rafael Fonseca.
Depois de registrar recorde de R$ 700 milhões de reais em investimentos anunciados em 2020, a Bresco previa o mesmo valor para este ano, mas já avalia que o total possa ultraar R$ 1 bilhão de reais, com foco no entorno da cidade de São Paulo e de outros grandes centros consumidores.
Dúvida com retomada dificulta aluguel de salas e conjuntos comerciais
Negociações demoradas, abatimentos, benefícios, muita dúvida e expectativa com a retomada da atividade econômica. A rotina de quem trabalha com imóveis comerciais em São Paulo tem sido de muita visita e pouca .
E, ainda assim, a situação já é melhor do que a registrada em 2020, quando milhares de imóveis e salas comerciais foram desocupados em decorrência da crise econômica e das medidas de quarentena determinadas no início da pandemia.
Roseli Hernandes, diretora de locações comerciais da Lello Imóveis, diz que o volume de contratos não-residenciais fechados de janeiro a junho deste ano representa um crescimento de 45% na comparação com o mesmo período do ano ado.
Em relação ao primeiro semestre de 2019, no pré-pandemia, o resultado é 16% menor.
Dúvidas quanto ao ritmo da vacinação e a solidez da retomada das atividades acabam freando o ritmo de novos negócios. O mercado imobiliário em Alphaville é um exemplo disso.
O bairro planejado do município de Barueri, na Grande São Paulo – e também em Santana de Parnaíba, cidade vizinha – vive uma contradição: enquanto os escritórios vazios se abundam, o aumento no interesse por casas na região vem elevando preços e esgotando o estoque de imóveis terminados.
A Enel deixou Barueri para ocupar lajes em um dos edifícios do Parque da Cidade, complexo na região da avenida Chucri Zaidan, na capital. A Cielo também entregou parte dos andares que ocupava no município da Grande SP.
A C&A, que tem escritório na região, também devolveu espaços locados e reformulou a distribuição das mesas de trabalho na sede.
Somadas a essas devoluções, um volume importante de entregas foi feita nos últimos anos. A maioria dos espaços, no entanto, não se encaixa no conceito do triple A, como os prédios corporativos de elite são chamados.
Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings explica que:
“Alphaville sempre foi um pulmão de São Paulo. Era a primeira a vagar em tempo de crise, e a última a ocupar em tempos de bonança. Obviamente, as empresas sempre preferiram estar em São Paulo. Desde 2012, quando se construiu muito, a taxa de vacância está na média em 25%, nunca estabilizou. Já chegou a 40%, e agora está em 33%, e temos tendência de alta”.
Ainda na avaliação dele, a situação do segmento comercial na região é uma espécie de “bomba-relógio”, uma vez que a temporada de devoluções continua.
O perfil dos imóveis em Alphaville é misto, com lajes livres e andares com salas comerciais, muitas delas de diversos pequenos investidores pessoa física.
Para ler esta reportagem na íntegra, clique aqui.
ARTIGOS BUILDINGS
Antes de finalizar, te convido para conferir os artigos e outros conteúdos na Revista Buildings e também no nosso canal no Youtube.
Nesta semana publicamos um vídeo exclusivo com análise uma completa e detalhada do fundo imobiliário KNRI11, da Kinea Renda Imobiliária. Este é um dos fundos mais solicitados por quem nos acompanha.
O KNRI11 possui mais de 90 inquilinos de empresas de grande porte, com imóveis comerciais em São Paulo (a grande maioria), bem localizados na cidade e de padrão classe A. Além disso, também possui empreendimentos logísticos no raio entre 30 e 60 km da capital paulista, localizados em Cajamar.
Se este tipo de conteúdo é do seu interesse, confira este e outros vídeos no Canal da Buildings.
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