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Dores nas costas e cachorros latindo: preocupações atuais do home office para empresas e empregados
O home office veio para ficar. Seja pelo fato de que a pandemia não parece dar trégua, ou porque muitas empresas descobriram que o trabalho em casa se encaixa na sua estrutura de negócio.

Imagem: Banco free
Duas questões, no entanto, têm se destacado atualmente sobre o tema: as doenças decorrentes do trabalho em casa e a conduta das pessoas em frente às câmeras.
Geraldo Korpaliski Filho, sócio do escritório Souto Correa, conta que em uma de suas últimas visitas ao médico, conversou sobre o expressivo aumento de pessoas procurando atendimento por problemas ergonômicos decorrentes do home office.
Este tema levanta um ponto preocupante para as empresas: o que elas estão fazendo pela saúde de seus trabalhadores?
Mesmo no trabalho em casa, continua sendo da empresa a responsabilidade por disponibilizar um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso pode ser feito por meio de equipamentos como cadeira, mesa, monitor, apoios para pés, como orientações frequentes sobre medidas de segurança e saúde.
Algumas empresas têm adotado inclusive uma espécie de “voucher Home Office”, onde um determinado valor é concedido ao trabalhador especificamente para que ele compre equipamentos adequados às necessidades de seu trabalho.
Também existe a questão sobre a saúde mental. O trabalho em casa, sem uma divisão precisa entre vida pessoal e profissional, pode facilmente fazer com que as pessoas percam a noção do tempo e permaneçam conectados trabalhando por longos períodos. Isso pode levar ao esgotamento e à baixa produtividade.
A dica aqui é manter regras claras e orientações constantes sobre jornada de trabalho, proibição de responder e-mails fora do horário, entre outros. Empresas também têm fornecido acompanhamento psicológico a seus trabalhadores, para auxiliar nas dificuldades dessa mudança em meio à pandemia.
Também há um risco jurídico importante, pois, caso a empresa não adote todas as medidas possíveis, aumentam consideravelmente as chances de uma doença ergonômica ou psicológica ser reconhecida como doença do trabalho.
Um outro ponto importante diz respeito a conduta das pessoas em home office. Cachorros latindo e crianças chorando tem se tornado rotina em reuniões e são situações compreensíveis no contexto em que estamos.
Muitas situações embaraçosas podem parecer engraçadas e até mesmo aceitáveis em um primeiro momento, mas começam a se tornar descabidas em um ambiente corporativo à medida que o tempo a e o home office torna-se uma realidade permanente.
Reajuste do aluguel pode cair de 25,71% para 4,56%
Diante da crise econômica causada pela pandemia, o Senado poderá analisar um projeto de lei, o PL 1.806/2021, que determina que o aumento nos preços de aluguéis residenciais e comerciais seja feito pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.

Foto: Agência Brasil
A proposta foi apresentada neste mês pelo senador Telmário Mota (Pros-RR).
Atualmente, o Índice Geral de Preços – Mercado, o IGP-M, é o indexador mais utilizado no mercado imobiliário.
Mas Telmário Mota ressalta que o uso do IGP-M pode agravar a situação econômica de inquilinos de imóveis residenciais e comerciais. No projeto, o senador aponta o desequilíbrio entre esses índices. Ele ressalta que, de janeiro de 2020 a janeiro de 2021, o IGP-M chegou a 25,71%. Enquanto isso, o acumulado anual para o mesmo período do IPCA foi de 4,56%.
O senador explica:
“A diferença entre tais índices é muito grande e, durante a pandemia, os mais pobres necessitam de maior proteção social por parte do Estado, uma vez que foram os mais atingidos economicamente pela pandemia, com o desemprego e a alta dos alimentos, razões pelas quais estamos adotando o índice oficial do governo para o reajuste dos aluguéis urbanos, o IPCA”.
Mota também afirma que é “praticamente inexistente” o regramento sobre o setor, pois a Lei 8.245, de 1991, deixa a critério das partes contratantes, nas locações urbanas, a livre convenção do aluguel quanto ao preço, à periodicidade e ao indexador de reajustamento, geralmente impostos pelo locador ao locatário.
Empresas preveem volta ao escritório em 2022 e adotam trabalho híbrido de forma permanente
Com o prolongamento da pandemia, 33,8% das empresas já preveem voltar ao trabalho presencial nos escritórios apenas em 2022, enquanto 66,2% já voltaram ou esperam que isso ocorra ao longo deste ano, conforme pesquisa da consultoria KPMG.

Escritório da FS Security na Av Luiz Carlos Berrini, zona sul de Sao Paulo. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO
Ainda assim, o “home office” veio para ficar, já que, mesmo com o avanço da vacinação, 87,3% dos entrevistados disseram que suas empresas manterão um sistema híbrido com trabalho presencial e remoto.
A consultoria KPMG vem realizando o levantamento desde o início da pandemia, em 2020 – a quinta edição, a mais recente, é referente a março ado, e ouviu 361 executivos de empresas localizadas em todo o País.
A Locaweb, empresa especializada na hospedagem de sites da internet, desistiu de fixar uma data de retorno. Ao longo de 2020, a direção da empresa ainda dava sinalizações de prazo para a volta do trabalho presencial aos empregados.
“Hoje não falamos mais em tempo”, disse Simony Morais, diretora de Gente e Gestão da companhia. “No mundo ideal, quando tiver vacina para todo mundo, voltaremos”, afirmou.
A quinta edição da pesquisa da KPMG foi a primeira a trazer respostas apontando 2022 como data de volta.
A comparação do levantamento mais recente com a edição anterior, referente ao bimestre outubro-novembro do ano ado, sugere que a piora da pandemia neste início de ano pode ter levado empresas a voltarem atrás em seus planos de retorno.
Os 87,3% dos entrevistados que disseram que suas empresas manterão um sistema híbrido com trabalho presencial e remoto, após o controle da crise da saúde, apontaram que o “home office” continuaria sendo usado de uma vez por semana a todos os dias.
A resposta mais frequente (33,5%) foi que o trabalho remoto seria mantido três vezes por semana. “Isso já está acontecendo. Muitas empresas já tinham procedimentos de trabalho remoto e aceleraram sua implantação”, afirmou o sócio de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
Embora não fixe data para voltar ao escritório, a Locaweb já decidiu adotar um modelo híbrido e terminou, em abril, uma reforma sede do Morumbi – que tem 11 mil metros quadrados, onde trabalhavam, antes da pandemia, em torno de mil funcionários.
Em vez de mesas fixas com nomes e objetos pessoais dos empregados, o novo layout terá mais espaços colaborativos, como mesas para até dez pessoas ocuparem ao mesmo tempo.
Fundo investe em reforma de prédios comerciais no centro de São Paulo
A taxa de juros em um patamar mais baixo tirou rentabilidade de investimentos de renda fixa e tornou atrativos alguns segmentos que antes não eram viáveis.

Foto: Gabriela Cabral/Folhapress
A gestora Mogno Capital já havia investido na revitalização de áreas degradadas em Lisboa e nutria interesse pelo centro de São Paulo, mas estava aguardando o momento certo de investir.
Daniel Caldeira, sócio-fundador da Mogno, foi procurado em 2018 pelo paisagista e empresário Guil Blanche, sócio-fundador da incorporadora Planta.Inc, que queria comprar um prédio comercial na região central, fazer a reforma e locar as salas.
Localizado na rua Amaral Gurgel, com vista para o Minhocão, o edifício tem cinco andares, pertenceu à Santa Casa e havia sido ocupado por um movimento de sem tetos.
A aposta deu certo, e boa parte das unidades foram locadas. No térreo, duas lojas estão sendo alugadas para a livraria Gato Sem Rabo e o restaurante Divina Increnca.
Na parte de dentro, as unidades foram alugadas para escritórios e ateliês. O terraço na cobertura é a parte que mais ou por reformas e vai abrigar o restaurante Cora.
Em um raio de quatro quarteirões no centro de São Paulo estão os três edifícios antigos que a Planta.Inc está reformando, sob o conceito de retrofit.
Com as fachadas e a estrutura preservadas, as construções são requalificadas com aplicação de novos materiais, mudanças pontuais nas plantas e adequação aos novos padrões de segurança.
Segundo Blanche, os prédios estarão reformados até 2022, incluindo o edifício Renata Sampaio Ferreira.
São construções que fazem parte de um levantamento realizado pela própria empresa. Ela mapeou 86 imóveis antigos no centro expandido da cidade com valor arquitetônico.
“Os prédios já estavam com alta vacância antes da pandemia. Veio a doença, todo mundo devolveu seus escritórios”, afirma Blanche.
Daniel Caldeira, da Mogno, conta que levantou R$ 70 milhões com um fundo para o projeto de retrofit dos prédios. Ele espera uma TIR (Taxa Interna de Retorno) entre 18% e 20% ao ano.
BR Properties se beneficia com escritórios de alto padrão e ativos de logística
O mix de ativos de logística e de escritórios do tipo “3A” da BR Properties ameniza o cenário desafiador para imóveis corporativos a curto prazo, segundo o BTG Pactual.

Escritório vazio — Foto: Getty Images
O banco pontua que as unidades logísticas possuem forte demanda, enquanto os escritórios de alto padrão são mais defensivos.
O relatório aponta que as últimas operações anunciadas pela companhia são bem-vindas e apresentam retornos robustos. Os analistas destacam a venda de carteira de escritórios a um fundo de investimento imobiliário.
Segundo os cálculos do BTG, o portfólio pode ser vendido a uma avaliação de R$ 13.480 reais o metro quadrado, e a avaliação da transação “foi decente”. A operação, porém, “não é uma surpresa”, considerando que a BR Properties já havia sinalizando o movimento.
A companhia também anunciou a compra do imóvel logístico Centauri, que está completamente pré-locado com prazo de contrato de dez anos.
A recomendação do BTG Pactual para os papéis ordinários da BR Properties é de compra, com preço-alvo de R$ 15 reais, o que representa potencial de alta de 59,4% ante a cotação registrada há pouco.
ARTIGOS BUILDINGS
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Nesta semana publicamos um vídeo novo sobe O que se pode fazer quando as cotas dos Fundos Imobiliários que você investe começam a desvalorizar. Será que é o momento de vendê-los?
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