Apresentamos abaixo as notícias mais recentes do mercado imobiliário corporativo, de 10/02 a 16/02, além de artigos e conteúdos com temas relacionados. Para se inscrever no canal da Buildings no Youtube, clique aqui.
Crise da Americanas afeta diretamente a ocupação do setor logístico
A crise vivida pelas Lojas Americanas continua no radar dos noticiários das últimas semanas. As dificuldades financeiras após a revelação de “inconsistências contábeis” chegam a R$ 20 bilhões. Isso, claro, afeta diretamente as contas da empresa.
Do mercado consumidor ao mercado de escritórios, fundos imobiliários, rede de shoppings e setor logístico, todos estão de sobreaviso.
Quando se olha para o setor logístico e industrial, o impacto da crise da Americanas pode ser excessivamente danoso. Ou trazer oportunidades para outras empresas de e-commerce.
Segundo dados da Buildings, a ocupação total por m² no universo industrial do Grupo Lojas Americanas corresponde a 789.759 mil m². Essa metragem é a soma da Americanas, B2W e Directlog.

Imagem: Unsplash
As Lojas Americanas começaram a sua ocupação industrial no Brasil no 1 trimestre de 2018, com 196.155 mil m². No 4 trimestre de 2022 a ocupação totalizou 242.426 mil m².
Se toda a ocupação industrial da Americanas for prejudicado em razão da crise pela qual a empresa a, o mercado logístico poderá sofrer um abalo de devoluções de espaços superior a 200 mil m². Isso pode gerar uma reação em cadeia.
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FII Vinci Logística entra com ação de despejo contra a Tok&Stok
O fundo imobiliário Vinci Logística (VILG11) entrou com uma ação de despejo contra a Tok&Stok, inquilina de um de seus galpões logísticos. Isso aconteceu na última quarta-feira, dia 15.
A empresa ainda não pagou o aluguel que venceu no início do mês. A notícia sinaliza um potencial problema de caixa em uma das maiores varejistas de móveis do Brasil.
O galpão afetado é o Extrema Business I, que fica em Extrema, a capital dos galpões, localizada perto da fronteira de Minas Gerais com São Paulo.
O imóvel é locado exclusivamente para a Tok&Stok e representa 14% das receitas do VILG11 e 11% de sua área bruta locável. O fundo imobiliário tem outros 15 galpões no portfólio.
A Tok&Stok aluga o galpão desde 2020 – e esta é a primeira vez que a companhia deixou de pagar o aluguel em dia. Para o VILG11, o impacto é significativo, mas o contrato tinha uma série de garantias que devem ajudar o fundo a absorver o golpe.
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FIIs de shopping ameaçam entrar com ação de despejo caso Americanas não pague aluguel
Fundos imobiliários de shopping ameaçam iniciar uma ação de despejo contra a Americanas, caso a varejista não honre os pagamentos de aluguéis. Com dívidas de mais de R$ 47 bilhões, a companhia pediu recuperação judicial em janeiro.
A Americanas notificou os shoppings onde tem lojas físicas que os aluguéis devidos até a data do deferimento do pedido de recuperação judicial, em 19 de janeiro, não seriam pagos – por conta do efeito de suspensão de cobranças conferido pela Justiça.
De acordo com a lista de credores, a companhia deve R$ 11,6 milhões a diversos shoppings espalhados por várias regiões do País.
Em comunicado ao mercado, o FII Hedge Shopping Parque Dom Pedro (HPDP11) afirma que, até o momento, a varejista está adimplente com o pagamento dos aluguéis.
Isso difere do que sinaliza a lista de credores, que aponta o shopping homônimo do fundo como titular de crédito equivalente a R$ R$ 737 mil.
Os gestores têm a expectativa de que a Americanas mantenha o fluxo de pagamentos referentes ao período pós-recuperação judicial. Caso contrário, a equipe de gestão não descarta ingressar com uma ação de despejo.
Lucro da JSL no 4 tri de 2022 é de R$ 110 milhões, alta de 73,8%
O quarto trimestre de 2022 foi ótimo para a empresa de logística JSL, controlada pela Simpar. Isso porque o forte desempenho operacional da companhia foi capaz de anular o efeito negativo dos juros altos nos números finais.
A receita operacional da JSL saltou 24% no 4 trimestre de 2022. Chegou a R$ 2 bilhões, levando a receita líquida a uma alta de 25%, para R$1,66 bilhão. No quarto trimestre de 2021 foi R$ 1,3 bilhão.

Imagem: Divulgação
Já o lucro líquido chegou a R$ 110 milhões, um avanço de 74%, frente aos R$ 63,3 milhões do quarto trimestre de 2021.
Para se ter ideia dos bons resultados, dos novos contratos firmados, R$ 3,3 bilhões foram assinados nos últimos três meses do ano.
No acumulado de 2022, o lucro recuou 0,2% ao alcançar R$ 223,5 milhões contra R$ 223,9 milhões de 2021.
No acumulado de 2022 a receita líquida marcou R$ 6 bilhões, alta de 40,2% frente os R$ 4,2 bilhões do acumulado de 2021.
O capex líquido da companhia subiu 87,1%, para R$681,3 milhões frente os R$ 364,2 milhões do quarto trimestre de 2021.
2023 no Brasil começou antes do Carnaval
Após dois meses consecutivos de correção, o Ibovespa encerrou o primeiro mês do ano com performance positiva de +3,37%, impulsionado principalmente pela alta nas commodities, amparadas pela reabertura chinesa.
Para ilustrar, o índice de materiais básicos da B3 (IMAT) já sobe cerca de 6,50% neste início de ano.
O Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários), por outro lado, encerrou mais um mês negativo, impactado ainda pela alta na curva longa de juros, que resiste a ceder de forma mais significativa.
Ao olhar para o mercado brasileiro, vemos valuations extremamente descontados, seja para Ações, Fundos Imobiliários, Ativos de Renda Fixa e até mesmo moedas. Isso é claro e até já virou consenso.
Mas os ativos baratos não irão se valorizar sem alguma mudança conjuntural. Pelo que parece apenas duas coisas são capazes disso: (i) Política Local, e/ou (ii) Mercados Internacionais.
O início de ano, de forma geral, foi bastante turbulento para o mercado local, com o escândalo da Americanas surpreendendo os investidores e, consequentemente, trazendo efeitos de segunda ordem em diversos segmentos, pesando principalmente sobre o setor financeiro.
Dado o cenário, o risco de calote e contágio para outras empresas não preocupa. Ele é algo que sempre está na conta quando investimos em renda.
Todavia, um fato que merece atenção é o posicionamento tático do mercado. O desempenho negativo de alguns fundos High Grade de renda fixa pode levar a um valor alto de resgates, fazendo com que os preços dos ativos caiam, o que levaria a mais saques.
À vista disso, reduzimos nossa exposição em ativos High Grade, substituindo-os por títulos públicos e uma posição minoritária em ativos High Yield.
Confira o resumo abaixo:
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