Apresentamos abaixo as mais recentes notícias do mercado imobiliário corporativo nesta segunda semana de janeiro, além de artigos com temas relacionados.
Fundos Imobiliários (FIIS) serão a nova poupança, afirma CEO da TG Core
Os Fundos Imobiliários (FIIS) bateram recorde ano ado – o volume de novas emissões, o maior da história segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), atingiu R$ 32,5 bilhões até novembro de 2019, mais que o dobro do recorde anterior, de R$ 16,1 bilhões, lançados em 2011.
Já em 2020, apesar da pandemia causada pelo Coronavírus, os FIIs alcançaram a marca de 1 milhão de investidores pessoas físicas.
“Esse é o melhor momento da história para o setor, estamos vendo uma taxa de crescimento constante, 10 vezes mais o que tínhamos há 2 anos”, comenta Diego Siqueira, CEO da TG Core, gestora independente.
Para ele, os FIIs vão ser a nova poupança dos brasileiros por três principais motivos: segurança, familiaridade e potencial de rentabilidade.
“Primeiro, os Fundos tem lastro imobiliário – a cultura brasileira é bastante patrimonialista, então, ter garantia no imóvel gera uma certa segurança, um conforto. Segundo, eles trazem familiaridade: todo mundo já morou em algum local alugado ou mesmo próprio, que precisou vender ou alugar, e entende um pouco do contexto imobiliário. Terceiro: com a queda dos juros, o brasileiro vem buscando alternativas mais rentáveis e os FIIs trazem isso”, explica.
A base de cotistas em Fundos Imobiliários teve um crescimento de 57,2% este ano, de acordo com a B3. Outra vantagem dos FIIs é que o investidor não fica preso a apenas um tipo de empreendimento, como é comum em imóveis físicos. É possível investir não só em residenciais, mas também em comerciais: loteamentos, galpões, lajes corporativas etc.
“Acredito que em breve, ao invés de abrir uma conta poupança para juntar dinheiro para a faculdade dos filhos, os pais abrirão contas em gestoras de fundos para garantir o futuro da família”, diz Diego. Por ser um produto ível e simples, qualquer pessoa pode se tornar um cotista.
Após onda de devoluções, total de escritórios disponíveis em SP sobe 50%
À medida que o home office foi adotado pelas empresas na esteira dos primeiros casos de Covid-19, uma pergunta se impôs no mundo corporativo em 2020: qual será o destino dos prédios de escritórios que abrigavam as empresas?
Neste início de 2021, com a pandemia prestes a completar 12 meses, a resposta a essa questão parece já estar clara. A onda de devoluções de escritórios já começou e, segundo especialistas no setor imobiliário, deverá se agravar neste ano.
O movimento das empresas se reflete diretamente nos dados deste mercado.
De acordo com a empresa americana especializada em imóveis corporativos, JLL, a taxa de disponibilidade de espaços em edifício corporativos saltou 50% do primeiro para o último trimestre do ano ado: o total de imóveis do tipo sem inquilino, que era de 13,6% entre janeiro a março, no pré-pandemia, fechou 2020 acima dos 20%.
E a própria JLL avisa, em seu mais recente relatório, que a situação tende a se agravar neste ano, tanto pela adoção massiva do home office quanto pela contínua inauguração de novos edifícios em São Paulo – o mercado que serve de termômetro para a situação em todo o País deve ampliar a oferta de espaços corporativos em mais de 200 mil m² em 2021. E há capitais em situação pior: no Rio de Janeiro, a taxa de vacância chega a 40%.
A “onda” de devoluções de escritórios é generalizada. Inclui grupos tradicionais – como a companhia aérea Latam e bancos como o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil – e se espalha, em efeito cascata, por negócios de médio porte. Um aspecto está claro: a vida profissional no pós-pandemia vai ter um componente forte de home office.
Mercado imobiliário comercial apresenta performances opostas na atualidade
O mercado imobiliário comercial de alto padrão no ano ado apresentou comportamento antagônico no período de pandemia em seus diferentes segmentos.
Os escritórios corporativos, por exemplo, aram e am por uma reestruturação, pois o ano de 2020 interrompeu o ciclo de expansão desse mercado.
De acordo com pesquisas, no ano ado a taxa de vacância (espaços vagos) foi de 18,6%, considerada alta para o cenário. E pela primeira vez no histórico do mercado (2008 – 2020), São Paulo termina o ano com acumulado negativo de absorção líquida (saldo entre tudo o que foi locado, menos o que foi devolvido) de 56 mil metros quadrados negativos.
O percentual de imóveis desocupados só não foi maior, porque a Zona Centralizada (regiões mais centrais do mercado como Faria Lima, Itaim/JK e Paulista), que também sofreu com as devoluções, porém não tão drástica, pois terminou o ano com vacância geral de apenas 8,4%.
Esse cenário é resultado das novas medidas sanitárias somadas ao aumento da prática de home office, que exigiram reestruturação dos espaços de escritórios. A tendência hoje parece ser a adoção de um modelo híbrido, mas ainda há muitas incertezas em relação às mudanças de comportamento.
No geral, o impacto da pandemia se deu mais em relação a renegociações de contratos existentes, com mudanças pontuais no sentido de atender uma demanda atípica e urgente. A média de preços pedidos de locação não sofreu muitas alterações em 2020, apesar do baixo volume de novas locações.
O novo estoque a ser entregue em São Paulo está concentrado nas regiões descentralizadas, o que revela a escassez de grandes terrenos nas regiões centrais e as limitações de verticalização decorrentes da legislação da cidade, mais precisamente os Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC).
Hoje, observa-se dois movimentos de expansão do mercado: o primeiro em relação aos grandes e novos empreendimentos na Zona Sul da cidade e o segundo em relação à revitalização de empreendimentos Classe B em regiões centrais como Itaim e Jardins.
A curto prazo, o mercado ainda deve manter este cenário de altas taxas de vacância. Porém, com a possibilidade da imunização da população com a vacina que previne a Covid-19 e a esperada retomada da economia poderão recuperar este mercado que foi um dos mais afetados pela pandemia e o isolamento social.
Spotify permitirá que funcionários trabalhem de qualquer lugar
O Spotify permitirá que seus funcionários trabalhem em qualquer lugar, disse a empresa sueca de streaming de música na última sexta-feira (12), sacudindo ainda mais o futuro da vida profissional moderna.
Com o trabalho mudando para sistemas baseados em nuvem e as pessoas ando reuniões online, os escritórios adaptaram um estilo de vida de trabalho remoto, já que as vacinas ainda podem levar boa parte do ano para serem concluídas.
O movimento do Spotify está de acordo com várias empresas de tecnologia que planejam manter algumas das novas formas de trabalho que surgiram durante a pandemia de Covid-19.
Salesforce.com e Twitter já mudaram para modelos de trabalho remoto híbrido ou permanente.
A empresa, que está avaliando seus espaços de escritórios em todo o mundo, viu um aumento no número de s durante a pandemia, para 155 milhões no quarto trimestre.
Empresas adotam retorno parcial ao trabalho presencial
O home office foi a saída encontrada pelas empresas para manter as atividades e preservar a saúde dos profissionais em meio à pandemia do coronavírus. Mas, após quase um ano mantendo os funcionários em casa, um dos caminhos encontrados pelas organizações para voltar à rotina pré-pandemia é implantar o chamado modelo híbrido, que possibilita o rodízio entre trabalho presencial e remoto.
“As empresas aram a ter mais confiança nas equipes ao notar que seus negócios permanecem ativos mesmo com a crise”, diz Celson Hupfer, CEO da plataforma de recrutamento digital Connekt.
“Outros benefícios como a redução de custos, retenção de talentos, flexibilidade e engajamento são fatores decisivos para esse modelo, mas não suficientes para manter o home office 100%. A vontade de interagir presencialmente com colegas e a questão da saúde mental pesam na decisão das organizações”, avalia.
Pesquisa feita pela Robert Half mostra que a jornada híbrida se consolidou como o modelo de trabalho – 91% dos profissionais qualificados acreditam que o futuro do trabalho será de revezamento entre dias presenciais e remotos.
Os principais motivos são: colaboradores almejam flexibilidade (66%), a pandemia ainda é uma realidade (61%) e a produtividade se manteve/aumentou (57%). Além disso, 71% dos profissionais gostariam que as vivências flexíveis estabelecidas ao longo da pandemia se mantivessem ao final dela.
Hupfer aposta que, no médio prazo, as empresas adotarão o modelo híbrido para a maioria das funções. “O problema é que muita gente já estava se acostumando com a liberdade de trabalhar de qualquer lugar”, diz.
O executivo aponta que a organização fica mais fácil quando as decisões de ir para o escritório são feitas pelas chefias. “Há um consenso de que determinadas tarefas coletivas perdem muito em produtividade e criatividade quando realizadas de forma virtual, como as que envolvem criação coletiva ou equipes comerciais”, observa.
ARTIGOS BUILDINGS
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Nesta semana, publicamos um artigo exclusivo sobre o empreendimento WT Morumbi que conquistou a certificação Guiaderodas, parceira da Buildings.
WT Morumbi conquista a Certificação Guiaderodas
É senso comum que pessoas com deficiência precisam de locais íveis para ter uma vida autônoma e exercer as suas atividades diárias com tranquilidade. O que muitas vezes não é percebido, é que um local inclusivo beneficia também pessoas sem deficiência e impacta positivamente a cidade.
Esta é a grande proposta do Guiaderodas, iniciativa duplamente premiada pela ONU como a melhor solução digital inclusiva do mundo, que através da sua Certificação leva a mensagem às empresas e empreendimentos que uma ideia quando é boa, é boa para todos.
O programa vem sendo implantado em empreendimentos e grandes empresas como Mercado Livre, Santander e KPMG que procuram ir além das normas.
Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.
Além disso, publicamos um novo vídeo no canal da Buildings no Youtube, sobre as Devoluções de escritórios em São Paulo. Esta análise tem por objetivo avaliar se o pior momento já ou.
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