Região mais cobiçada de São Paulo, Faria Lima registra alta de preços

Matéria do Estadão aponta que a taxa de ocupação de espaços de escritórios na região da Faria Lima alcançou a máxima histórica. Com isso, há dificuldade em encontrar novos espaços.

Conforme matéria publicada pela Buildings recentemente, a região da Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade de São Paulo. E não apenas a Buildings identificou isso.

Segundo matéria do Estadão, com o mercado financeiro mostrando pouco apego ao home office, o retorno mais acelerado aos escritórios tem provocado a falta de espaços corporativos para alugar na região da Avenida Faria Lima.

Ela é o principal corredor financeiro do País. Lá se concentram as sedes de vários bancos de investimento, gestoras de fundos e butiques de fusões e aquisições.

A elevada demanda tem se refletido diretamente no preço dos aluguéis. Sem novas ofertas de empreendimentos para o curto prazo, o metro quadrado de laje corporativa já chega a R$ 250, o mais alto de toda a cidade. Há um ano, esse valor estava em R$ 195, segundo dados de consultoria do setor imobiliário JLL.

Resultados apurados do 3T de 2022

De acordo com a Buildings, a região da Nova Faria Lima, a mais cobiçada e cara de São Paulo, possui atualmente 51 edifícios corporativos de alto padrão. Isso totaliza mais de 1 milhão de m² de estoque total. A taxa de vacância na região no 3T/2022 ficou em 3,7% – segue abaixo dos 10% desde o segundo trimestre de 2018.

Quando olhamos para a média de preço pedido, a Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade: R$ 161,62 o m².

Motivado pela escassez de lajes corporativas disponíveis, a região apresenta grande procura e preços bem acima das demais regiões. Espaços que entram no mercado já possuem ofertas bem acima das demais regiões, fazendo com que essa média suba ainda mais.

Além disso, no 3º trimestre de 2022, analisamos um aumento dos preços pedidos comparados ao trimestre anterior, considerando a oferta no mesmo edifício.

Como efeito direto, a Faria Lima tem puxado para cima o preço médio do aluguel corporativo no Itaim, bairro onde está a avenida, de cerca de R$ 199 o metro quadrado.

Para se ter uma ideia, na região da Avenida Paulista, que na década de 80 também chegou a ostentar o título de centro financeiro da cidade, o valor é de R$ 134. Na região da Berrini, que compete com a Faria Lima na atração de novos inquilinos, o preço pedido cai para R$ 95,70. Em Alphaville, na região metropolitana da capital que concentra a sede de muitas empresas não financeiras, não a de R$ 54.

Para saber mais, leia matéria completa: Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade de São Paulo

Custo mensal

Manter um escritório de 10 mil metros quadrados em um dos edifícios mais procurados na Faria Lima pode custar a bagatela de R$ 2,5 milhões por mês. E esse não é o único custo, dado que as chamadas lajes corporativas são entregues vazias, cabendo ao locatário arcar com as chamadas benfeitorias no espaço.

A corrida por espaços para escritórios na avenida Faria Lima, em São Paulo, tende a ficar ainda mais acirrada com a volta de muitas empresas ao trabalho 100% presencial ou mesmo no modelo híbrido. Como consequência, segundo os especialistas, o preço do aluguel na região não deve parar de subir tão cedo.

Segundo Yara Matsuyama, diretora da consultoria do setor imobiliário JLL, a equação de forte procura com escassez de novos espaços explica a expectativa.

“Dá para se esperar que a taxa de vacância (que mede o volume de áreas ainda livres) diminua mais”, afirma a especialista.

Setor de tecnologia está lá

A Faria Lima é conhecida por sediar várias companhias do setor financeiro. Além disso, a “cara” da região não se resume a isso. Não é toa que o setor de tecnologia também é grande locatário.

O Google, por exemplo, que já possui escritório na Faria Lima, alugou recentemente um novo espaço. São 2,3 mil metros quadrados em um edifício na Vila Olímpia – “grudado” à avenida.

A XP, que chegou a devolver espaços no início da pandemia, retomou os escritórios. Atualmente, o maior locatário na avenida é o Itaú BBA, braço de investimento do Itaú Unibanco.

Isso tudo se soma ao fato de que não há novos empreendimentos na Faria Lima para o curto prazo.

O último grande edifício que subiu na região foi o Birmann 32. Ele se destaca na paisagem dos edifícios vizinhos por uma escultura espelhada de uma baleia. Seus espaços foram rapidamente ocupados, muitos alugados antes mesmo de seu lançamento. Clique aqui para conferir uma entrevista exclusiva com Rafael Birman e vídeo de uma visita ao Birmann 32.

Leia também:
Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade de São Paulo
– A solidez do mercado imobiliário; confira os dados do fechamento do 3TRI de 2022

Efeito inflação

De acordo Fernando Didziakas, sócio-diretor da consultoria Buildings, o perfil das empresas que estão na Faria Lima ajuda a manter a alta procura, já que elas “fazem questão de estar na região”.

Segundo o especialista, na região, ao contrário de outros locais, houve pouca devolução de espaços, mesmo no pior momento da pandemia, algo que ajuda a explicar os preços altos do aluguel. O valor do aluguel por metro quadrado, segundo o executivo, só é replicado em outro polo do setor financeiro do País: o Leblon, no Rio.

“Se o Brasil crescer, como se projeta, teremos um efeito de reposição e ajuste de preços em outras regiões além da Faria Lima”, afirma o executivo da Buildings.

Ele afirma que o porcentual-chave para o início de reajustes de preços é quando a taxa de desocupação dos espaços alcança 10%.

Para ler matéria completa do Estadão, clique aqui.

***

NA MÍDIA EM 2022

Confira outras matérias e participações da Buildings:

Deixe uma resposta

Translate

Descubra mais sobre Revista Buildings

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading