O mercado logístico no Brasil é dinâmico e vital para movimentar a economia do país. Apesar dos grandes desafios econômicos dos últimos tempos, a demanda por serviços logísticos para mover mercadorias dentro do país foi na contramão.
Devido à sua extensão territorial e à complexidade da infraestrutura que oferece, o setor tem sido impulsionado por diversos fatores que contribuíram ainda mais para seu crescimento e consolidação.
O comércio eletrônico, por exemplo, tem crescido significativamente nos últimos anos. E as gigantes do e-commerce estão aí para mostrar o quanto o cenário é promissor.
Nesse sentido, diretamente ligado à demanda por serviços logísticos, as empresas do setor são essenciais para a entrega eficiente de produtos comprados online.
Auge e aquecimento
A exemplo disso, como já trouxemos em conteúdos recentes, após um crescimento expressivo entre 2020 e 2021 (auge da crise sanitária), o mercado de galpões e condomínios logísticos no Brasil teve de se provar nos anos seguintes. Leia mais aqui: Mercado de galpões logísticos continua performando bem
Por conseguinte, um dos questionamentos do setor era em relação à capacidade de evolução, com crescimento real nos valores de locação dos galpões, taxa de vacância em níveis controlados, entre novos desafios operacionais.
Contudo, o setor tem provado sua autonomia e força.
Tanto é que os resultados que o mercado de condomínios logísticos brasileiro apresentou no 1T de 2024 são, mais uma vez, positivos e promissores.
Um dos indicadores do setor — a quantidade de imóveis — já ultraa a casa de 1.000 empreendimentos. Isso representa atualmente 35,6 milhões de m² entregues em todo o país (dados da Buildings). O setor continua aquecido e com resultados expressivos. Leia mais aqui: 14º Buildings Exclusive reúne 370 profissionais do mercado imobiliário
Essa análise foi trazida por Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings, durante o 14º Buildings Exclusive, um dos maiores eventos do mercado imobiliário corporativo do Brasil.
Além disso, o setor de condomínios logísticos ainda possui 4,2 milhões de m² em construção e mais de 23 milhões de m² em projeto.
Outros indicadores
Já em relação à taxa de vacância — um dos principais indicadores do setor —, apesar do grande volume de novas entregas, não preocupa os players.
O setor logístico tem absorvido bem as novas construções (muitas delas pré-locadas em sua concepção). Atualmente possui apenas 9,7% (1T/2024), um resultado muito positivo.
Além disso, o novo estoque entregue apenas no 1T/2024 corresponde a 527 mil m² em detrimento de 513 mil m² de absorção líquida positiva.
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Projeções positivas fazem cenário logístico avançar
Quanto às projeções de novo estoque e pré-locações esperadas para o 2T de 2024, conforme gráfico abaixo, os resultados são interessantes: os números ultraam a casa de 1,3 milhão de m² de novo estoque e 335 mil m² de pré-locações.
E mais de 700 mil m² de novo estoque até o final do 4T de 2024.
Entre as empresas que mais pré-locaram no 1T de 2024, aparecem: Ambev, DHL, Gtex Brasil, ID Logistics, Mercado Livre, Pepsico, Shopee e Grupo Yangzi.
Destaques por raios em São Paulo
Como o setor logístico prima por entregas rápidas para atender e, muitas vezes, superar os anseios de consumidores exigentes, no comparativo de raios próximos à capital paulista, os resultados de absorção líquida foram positivos em todos os comparativos, conforme descritivo abaixo:
A taxa de vacância também é outro indicador positivo, com queda no raio de 60 km+ da capital paulista, os menos procurados pelas empresas do setor. No raio de 15km, no entanto, ela ficou em 14%.
Além disso, na análise de transações levantadas no raio 30k da capital paulista, 63% entre as 24 movimentações ocorridas no 1T de 2024, foram de novas empresas.
Entre essas 24 movimentações no raio 30km, analisamos que:
- 8% se referem a crescimento (nova locação no mesmo imóvel ou região);
- 29% são expansões (ocupante expandindo ou mudando de outra região para o raio de 30km);
- 63% são novas empresas (não aparecia em nenhum outro condomínio).
Conforme tela abaixo, destacam-se Mercado Livre e Shopee como as grandes tomadoras de espaços:
Entre os maiores ocupantes logísticos no Brasil, aparecem: Mercado Livre, Via Varejo, Magazine Luiza, B2W Digital e Amazon. A primeira supera a marca de 1,4 milhão de m² de área ocupada em condomínio. Saiba mais no CRE Tool.
Outro destaque interessante é em relação à região de Extrema, que atualmente possui 3,6% de taxa de vacância ante 1,4% no trimestre anterior.
Minas Gerais também ultraou o Rio de Janeiro em volume de estoque total logístico, ocupando a segunda colocação no ranking brasileiro.
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