O mercado imobiliário vive em constante mutação, devido ao já conhecido movimento pendular. Uma hora está propício para investimentos que retornam com bons valores de aluguel, favorecendo os proprietários, enquanto, em outros momentos, como o que vivemos agora, os beneficiados são os ocupantes, que conseguem melhorar a qualidade de suas locações pagando preços mais íveis. Estas mudanças de ciclos ocorrem a partir de diversos fatores: atividade construtiva, entrega de edifícios mais qualificados e modernos, taxa de vacância, macroeconomia, entre outros. 4z1d6y
O momento atual é favorável para quem quer comprar ou alugar uma sala comercial, devido à superoferta presente no mercado. Este fato é comprovado pelo recorde histórico que a cidade de São Paulo alcançou em 2015: 795 mil metros quadrados entregues – o que significa um total de 108 novos edifícios na cidade em apenas um ano.
Durante os últimos cinco anos – desde 2011, portanto –, São Paulo registrou um número expressivo de atividade construtiva, o que culminou com o recorde no ano ado. Os dados representam um aumento de 15% em relação à atividade construtiva de 2014 e 0,5% em comparação a 2013 – ano com maior volume de entrega até então.
Neste ponto, podemos enxergar os dois lados da moeda. Para o mercado, a chegada de novos empreendimentos traz mais qualidade e modernidade aos produtos. Dos 108 edifícios entregues em São Paulo, em 2015, 12 deles são de classe AAA e AA – o que representa 37% do volume total. Além deste montante, entende-se que mesmo os que possuem classificação mais baixa são bons negócios, uma vez que são empreendimentos novos ou retrofitados.
Para os compradores e locatários, a superoferta, somada à alta taxa de vacância que assola o mercado atualmente, traz um potencial enorme para negociações, o que resulta, na maioria dos casos, em transações de custo mais ível em um prédio novo.
A perspectiva para 2016 é de um ano com um alto número de edifícios sendo entregues para ocupação, porém, o total não deve alcançar o recorde de 2015. A justificativa para isso é a falta de novos projetos que, por causa da crise macroeconômica que o País vive e da grande oferta, não estão saindo do papel. Assim, ao projetar um ano à frente, 2017 tende a ter uma entrega ainda mais baixa.
Rio de Janeiro
A situação no Rio de Janeiro é um pouco diferente, embora existam pontos em comum. O volume de entregas é inferior ao de São Paulo, mas existe previsão de recorde para 2016.
Ao analisar dados históricos, percebemos que o estoque da cidade começou a aumentar em 2010, com entregas na Barra da Tijuca que, até então, era pouco explorada por prédios comerciais. No ano em questão, existiam 132 edifícios na região, totalizando cerca de 600 mil metros quadrados. Atualmente, são 1,15 milhões de metros quadrados em 241 empreendimentos.
Ainda em relação ao novo estoque, mesmo com grande foco na região da Barra da Tijuca, a região central teve 42% das entregas entre 2010 e 2015, frente aos 37% da Barra. Cem edifícios devem ser entregues neste ano e no ano que vem na cidade, resultando em um acréscimo de quase um milhão de metros quadrados de novo estoque. Tais obras foram motivadas pela chegada das Olimpíadas e pelo grande investimento em retrofits no centro e na revitalização do Porto Maravilha.
O Rio de Janeiro ainda possui muitos edifícios antigos e, com a perspectiva de recorde de entregas, a previsão é de que movimentos similares aos de São Paulo aconteçam. Ou seja, é possível que muitas empresas façam o flight to quality, saindo de prédios antigos para novas locações. Outro ponto que pode se repetir a exemplo da capital paulista é a alta oferta, o que pode impulsionar os preços para baixo, bem como criar facilidades de ocupação e maiores prazos de carência.
Fonte: Buildings
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