Notícia do Valor Econômico aponta que o mercado carioca de escritórios corporativos de alto padrão deverá ter entregas pontuais apenas em 2024 e 2025. A cidade segue sem novos empreendimentos desde 2017. 6r6s5g
A projeção é da Cushman & Wakefield, empresa de serviços imobiliários. Ela se baseia na lenta ocupação dos espaços disponíveis para aluguel, e nas condições macroeconômicas do país. Fatores como juros altos e reajustes nos preços dos materiais de construção trazem incertezas para o setor de escritórios.
“Não vejo condições propícias até o fim da década para uma oferta ‘parruda’ [de novos escritórios corporativos]”, projeta Thierry Botto, diretor de Transações da Cushman & Wakefield para o Rio de Janeiro, em entrevista ao Valor Econômico.
Como se sabe, o tempo médio entre o início do desenvolvimento de um projeto até a entrega do imóvel é de cerca de quatro anos. Isso significa que um empreendimento anunciado no próximo ano, por exemplo, só deverá estar concluído em 2027.
Indicadores importantes da economia 152b3r
A taxa básica de juros (Selic) está em 13,75% ao ano, patamar mais alto desde 2016. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), usado para medir a inflação no setor, acumula até outubro alta de 8,79% em 2022.
“Esses são fatores inibidores de novas ofertas”, acrescenta o diretor da Cushman & Wakefield.
Apesar da perspectiva desfavorável a novos projetos, o estoque disponível para locação vem caindo no segmento de alto padrão (as categorias A e A+).
A cidade possui atividade construtiva superior a 79 mil m² (3A e 2A), mas não apresenta novo estoque desde o terceiro trimestre de 2017. Muitos imóveis estão com as obras paralisadas.
De acordo com os dados da Buildings, a taxa de vacância atingiu no terceiro trimestre a marca de 37,97% (3A e 2A).
A redução da vacância deve se dar de forma gradual na capital fluminense. A série histórica aponta que o pico da vacância no Rio se deu em 2017, quando a taxa se manteve acima de 47%.
Novas perspectivas 306ty
Segundo a Cushman, a previsão é de que cerca de 20 mil metros quadrados de novos escritórios sejam entregues apenas no segundo semestre de 2024. Trata-se da primeira fase do Moinho Fluminense. O empreendimento vai reformar as instalações de uma antiga fábrica de moagem de trigo no Centro da cidade. As obras ainda não começaram.
Um segundo projeto que está no radar da Cushman & Wakefield é o prédio no Leblon que hoje abriga a sede de uma operadora de telecomunicações. Botto estima que, se as obras de retrofit (remodelagem e modernização) do edifício começarem dentro de um ano, o imóvel poderá estar disponível para aluguel em 2025.
A queda ainda que gradual na taxa de vacância ganha mais relevância num contexto pós-pandemia no qual o trabalho em casa ganhou espaço. O executivo estima que, em média, as empresas reduziram em um terço a área locada por terem adotado uma política de trabalho híbrida (presencial mais home office).
A menor necessidade de espaço intensificou a busca por edifícios corporativos mais modernos e mais adaptados aos conceitos da sustentabilidade.
Parte da economia obtida com a devolução de espaço alugado anteriormente é investida em novas instalações, com mais recursos ou mais eficiência energética, por exemplo. No extremo oposto, como consequência dessa migração rumo a escritórios mais sofisticados, tem crescido a vacância em edifícios de padrão intermediário (B e B+).
Números do mercado de escritórios do Rio de Janeiro mostram reação do setor 6ad3i
Os dados apurados pela Buildings apontam que o mercado imobiliário carioca segue com alguns números estabilizados no 3T/2022 – em comparação ao 2T/2022 – tanto no número de edifícios quanto estoque total.
A taxa de vacância é menor que nos trimestres anteriores: saiu da casa dos 40%. Fechou em 38,44% Corporate Classe A (3T/2022).
Em razão de algumas locações na cidade, o estoque disponível diminuiu: era 715 mil m² no 2T e fechou em 701 mil m².
A cidade teve locações importantes no 3T/2022, conforme abaixo:
- Centro istrativo Cidade Nova – Prefeitura do Rio de Janeiro – locou 4.800 m²;
- One World Offices – North America Tower – Comitê Olímpico Brasileiro – locou 1.500 m²;
- Novocais do Porto – Ocyan – Odebrecht Óleo e Gás – locou 1.200 m²;
- Centro istrativo Cidade Nova – AeC Center – locou 1.100 m²;
- Centro istrativo Cidade Nova – ASSIM Saúde – locou 1.100 m²;
- Edifício Galeria – Marte Engenharia – 963 m²;
- Vivo Barra – Universidade Unigranrio – 433 m².
Vale lembrar que o Rio de Janeiro sofre recessão há muitos anos.
Outro destaque interessante é a absorção líquida. Assim como em São Paulo, ela apresentou resultado positivo pelo 5º trimestre consecutivo. Fechou em mais de 13 mil m².
Com informações do Valor Econômico
Deixe uma respostaCancelar resposta 11sj