O setor de galpões logísticos arrefeceu na absorção líquida e teve aumento na taxa de vacância no Brasil. A diferença em relação aos trimestres anteriores é acentuada.
Não é nenhuma novidade o quanto o mercado logístico brasileiro cresceu e expandiu suas operações desde o início da pandemia. Impulsionado pelo e-commerce, o setor despontou nos últimos dois anos e meio. As gigantes do setor alugaram novos espaços, sobretudo Mercado Livre e Amazon.
De acordo com os dados apurados pela Buildings, o mercado logístico nacional é composto por 734 condomínios logísticos e industriais de todas as classes (4T/2022). Isso totaliza mais de 31,6 milhões de m² de estoque total. Conforme trouxemos no artigo Confira 10 fatos do mercado imobiliário que foram destaque em 2022, este último ano registrou o maior índice de novo estoque.
Foram com 3,0 milhões de m² entregues no período (todas as classes) no Brasil inteiro. No período de um ano, mesmo monitorando o setor há 10 anos, nunca havíamos registrado um resultado tão grande.
E, apesar de terem sido adicionados 5 milhões de m² ao mercado desde o início da crise sanitária, o que vimos agora, no 4T/2022, foi uma desaceleração do crescimento do setor. Não é nada preocupante, mas vale a pena dar atenção.
A exemplo disso, os dados apontam que a absorção líquida no 4T/2022 apresentou um resultado muito aquém dos trimestres anteriores.
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Para quem não tem familiaridade com o termo, a absorção líquida é um indicador de crescimento ou retração do mercado imobiliário em metragem quadrada ocupada, medida trimestre a trimestre.
Conforme gráfico acima, no 4T/2022, a absorção líquida foi positiva em 286 mil m². Contudo, se comparado ao 3T/2022 e 2T/2022, a diferença é grande: mais de 1 milhão de m², respectivamente. Para conhecer todos os dados do setor, e a plataforma CRE Tool.
Embora o setor continue absorvendo, o saldo do 4T/2022 foi bem menos expressivo que nos trimestres anteriores. Até mesmo o 1T/2022 teve um resultado melhor: 477 mil m² de absorção líquida positiva.
Outro indicador que aponta essa desaceleração é a taxa de vacância que registrou aumento no 4T de 2022. Conforme gráfico abaixo, ela ficou em 11% (4T/2022) ante 9,7% no 3T/2022 e 9,6% no 2T/2022. Esse fato se dá em grande parte porque a absorção de espaços não acompanhou o volume de entrega dos novos empreendimentos.
Por outro lado, quando olhamos o raio 30Km do Centro de São Paulo, a taxa de vacância está menor que 10% e o preço de locação subiu.
O novo estoque, mesmo sendo menor que nos trimestres anteriores, fechou com um número expressivo de entregas: 752 mil m² (4T/2022) ante mais de 1 milhão de m² no 3T/2022. No gráfico abaixo, é possível verificar a relação do novo estoque com a absorção líquida do setor.
Já conhece o BigData do Mercado de Real Estate
Os dados apresentados acima do mercado logístico foram extraídos da plataforma CRE Tool, o BigData do Mercado de Real Estate. Além das duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, a Buildings monitora também todos os edifícios comerciais de outras 15 cidades brasileiras, bem como de todos os condomínios industriais e logísticos em todo o território nacional.
Para saber mais sobre o mercado imobiliário corporativo, conheça a plataforma CRE Tool, clicando abaixo:
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