Grande volume de novo estoque, taxa de vacância caindo e varejistas e e-commerces aumentando as ocupações são alguns destaques.
Diferentemente do mercado de escritórios, que ou por um período intenso de crise – com devoluções de espaços comerciais – o setor logístico nadou de braçada ao longo de 2020 – fortemente impulsionado pelo aumento do e-commerce – e adentrou 2021 com números ainda mais expressivos.
De acordo com os dados apurados pela Buildings, quando olhamos para os dados macros do setor logístico, a nível Brasil, o novo estoque entregue em 2021 já representa mais de 1,210 milhão de m².
Para se ter ideia, em 2020 o total de novos empreendimentos logísticos entregues durante os 4 trimestres do ano foi de 1,461 milhões de m² – ou seja, fatalmente ultraaremos neste ano o estoque do ano ado, considerando que ainda existem vários empreendimentos com previsão de entrega para o 4 trimestre de 2021.
Se compararmos os números macros dos trimestres do ano ado com os deste ano, temos:
- No 1T/2020 foram entregues 499 mil m²; no 2T/2020 foram 282 2T/2020 mil m²; no 3T/2020 foram 354 mil m² e no 4T/2020 foram 324 mil m².
- No 1T/2021 foram entregues 395 mil m²; no 2T/2021 foram 287 mil m² e neste 3T/2021 foram 527 mil m².
Galpões em construção
O mercado logístico não para de crescer e expandir sua operação. E com isso, há muitas expectativas para o 4 trimestre de 2021.
Só de atividade construtiva são cerca de 4,080 milhões de m² em todo o território nacional, e vale destacar que parte deste estoque será entregue ainda em 2021 – ou seja, até dezembro o setor logístico ainda espera novidades.
Outro dado relevante para o cenário logístico diz respeito à taxa de vacância, de apenas 10,9% neste 3T/2021, a menor da série histórica. Desde o 2T/2019 ela vem caindo, conforme gráfico acima, alcançando cerca de 14% no 1T/2021 e no 2T/2021. Neste 3T/2021 fechou em 10,9% – o que é considerado saudável e dialoga bem com oferta e procura, dá poder de negociação para proprietários e inquilinos.
Números impressionantes no estado de São Paulo
- Quanto à taxa de Vacância
Quanto à taxa de vacância em São Paulo, o maior centro comercial e logístico do Brasil, temos um recorde neste 3T/2021: apenas 11,30% – a menor do setor desde que o monitoramento da Buildings começou, em 2012.
Ela reduziu ao longo de 2020, trimestre a trimestre.
- No 1T/2020 (antes da pandemia), a taxa de vacância era 18,2%. No 2T/2020 reduziu para 17,7%, no 3T/2020 para 16,8% e fechou o 4T/2020 em 14%.
Em 2021, o mesmo aconteceu.
- No 1T/2021, a taxa de vacância era 14,2%. No 2T/2020 reduziu para 13,7% e agora está 11,3% neste 3T/2020 – com forte indício de continuar caindo.
- Quanto à absorção líquida em São Paulo
O índice que é utilizado para medir se o mercado está crescendo ou retraindo trimestre a trimestre, é chamado de absorção líquida.
Conforme gráfico abaixo, só neste 3T/2021 o mercado logístico no estado cresceu 615 mil m² – outro recorde desde 2012 – quando a Buildings começou a monitorar o mercado.
Para se ter uma ideia do crescimento do setor, ao longo de 2020, o mercado absorveu mais de 530 mil m² no 4T/2020 – foi o maior número dos 4 trimestres do ano.
- No 1T/2020 (antes da pandemia), a absorção líquida foi superior a 215 mil m²; no 2T/2020 foi de 270 mil m², no 3T/2020 de 257 mil m² e no 4T/2020 532 mil m².
- No 1T/2021 e 2T/2021 a absorção líquida foi de 140 mil m² e 149 mil m², respectivamente, dando um salto impressionante neste 3T/2021 para 614 mil m².
A expansão do mercado logístico em São Paulo foi a maior da história neste terceiro trimestre de 2021 – a segunda maior absorção líquida ocorreu no 3T/2013 no total de 559 mil m², ou seja, há oito anos.
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– Confira os dados do fechamento do 4° TRI de 2020 no mercado logístico
Empresas que mais absorveram e cresceram neste terceiro trimestre

Centro de Distribuição da Renner. (Foto: Reprodução)
Outro destaque que trazemos é sobre as empresas que mais alugaram espaços para expandir sua operação logística.
- As Lojas Renner alugaram mais de 178 mil m²;
- O Mercado Livre alugou mais de 76 mil m²;
- A Mobly alugou 70 mil m²;
- A DHL alugou mais de 27 mil m²;
- A B2W alugou mais de 26 mil m².
Fernando Didziakas, sócio diretor da Buildings, explica o cenário positivo do setor:
“O mercado logístico no Brasil, que seguia um processo contínuo de crescimento, teve no ano de 2020 uma sequência de recordes de locação, puxado bastante pelo crescimento do mercado de e-commerce. Na virada do ano, o ritmo de locações diminuiu, muito também pela falta de novos produtos nas regiões principais. Com o volume de entregas neste 3T/21, cresce também o volume de locações do setor, que deve continuar como um dos principais mercados para os próximos anos”, avaliou.
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Lembrando que por meio da plataforma Buildings CRE Tool (utilizada para apresentar os dados), é possível obter todas as informações sobre o mercado de escritórios, condomínios logísticos e fundos imobiliários.
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