Dados da Buildings também apontam queda da taxa de vacância e aumento da ocupação no universo Classe A.
Notícias recentes têm apontado que a ocupação dos prédios de escritórios em São Paulo, o principal centro comercial do Brasil, aumentou nos últimos trimestres e deve continuar apresentando bons resultados em 2024.
Muitas empresas estão demandando áreas adicionais para suas sedes, seja porque fizeram mais contratações nos últimos meses ou, por razões estratégicas, optarem por reduzir os dias de home office dos colaboradores.
Fato é que estamos caminhando para o quarto ano desde que a crise sanitária começou no Brasil – em março de 2020. Embora o setor ainda não tenha alcançado plena recuperação – e isso ainda exija certo tempo e cautela – ado o período mais intenso da pandemia, que levou os profissionais para suas casas e manteve os escritórios fechados por meses a fio – o mercado imobiliário mostrou fôlego para uma retomada gradativa.
A exemplo disso, segundo dados da Buildings, os principais indicadores do setor de escritórios – taxa de vacância, média de preço pedido por locação e absorção líquida – estão postos na mesa para atestar essa retomada.
Mercado Corporate bate recorde de 136 mil m² no 4T/2023
Os dados macros do mercado corporativo de São Paulo apontam quase 12 milhões de m², o que equivale a 1.624 edifícios prontos para ocupação (todas as classes).
A absorção líquida, indicador de crescimento ou retração do setor, foi uma das principais surpresas do 4T/2023. Ao se considerar o Universo Corporate de todas as classes, alcançou mais de 136 mil m² de resultado positivo. Trata-se do nono trimestre consecutivo positivo. Além disso, é o segundo melhor resultado desses nove trimestres e o maior resultado de um trimestre para outro.
No comparativo por Classes, quando avaliamos apenas o Universo Classe A, a absorção líquida está positiva há três trimestres seguidos. Quando consideramos apenas o Corporate B, a absorção líquida foi negativa no 3T/2023, embora tenha sido positiva no 4T/2023.
Já o Corporate C tem apresentado absorção líquida positiva há quatro trimestres seguidos, embora com resultados pequenos.
Exatamente por isso, esse resultado positivo de 136 mil m² reflete um recorde no Universo Corporate de todas das classes, se comparado de um trimestre para outro.
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Números do Universo Classe A no 4T/2023 são positivos
Em relação ao mercado de escritórios corporativos de alto padrão, o mais cobiçado pelas empresas, são 292 edifícios prontos para ocupação. Isso equivale a 4,9 milhões de m² (dados do 4T/2023).
Vale destacar que houve aumento no número de empreendimentos de 2020 para cá, apesar da crise. Para se ter ideia, nos últimos três anos, foram adicionados ao mercado 18 imóveis corporativos de perfil Classe A. Eles estão localizados em regiões como Chucri Zaidan, Faria Lima, Pinheiros, Berrini, Paulista, Barra Funda/Leopoldina, entre outras.
Hoje são 292 imóveis ante 281 imóveis no 4T/2022. Ou seja, mais de um milhão de m² foi adicionado ao mercado no último ano.
Para se ter ideia, quando avaliamos a média de preço pedido dos imóveis de alto padrão em São Paulo, também se observa um recorde. O valor chegou a R$ 103,90 no fechamento do 4T/2023. Trata-se do maior resultado desde o 3T de 2015.
Se comparado ao 4T/2020 (ano mais intenso da pandemia) era R$ 89,27, ou seja, teve um aumento de 16,45%.
Desde o 4T/2021, o preço pedido se manteve estável, variando na casa dos R$ 92,00. No 1T/2023 houve um aumento, subindo para R$ 95,53, alcançando R$ 103,90 agora.
Taxa de vacância cai; ocupação aumenta
Quanto à taxa de vacância, outro indicador importante do setor de escritórios, o destaque do 4T/2023 foi justamente sua queda. Conforme gráfico abaixo, estava 23,2% no 3T/2023 e reduziu para 21,6% no 4T/2023.
Ela teve um período acentuado de queda entre o 3T/2021 e o 3T/2022. Sofreu aumento entre o 4T/2022 e o 2T/2023, caindo no 3T/2023 e 4T/2023.
Lá atrás, no 4T/2020, era 18,73%; no 4T/2021 estava em 22,30%; no 4T/2022 alcançou 22,37% e, por fim, no 4T/2023 fechou em 21,6%. Esse resultado demonstra melhora no último trimestre.
Quanto à absorção líquida, indicador de crescimento ou retração do mercado, conforme gráfico abaixo, na somatória dos quatro trimestres de 2020, alcançou um resultado negativo de 81 mil m². Ou seja, o mercado encolheu mais de 80 mil m².
Apesar das incertezas advindas da crise, em 2021, o mercado já demonstrou reação. Embora pequena, a absorção líquida foi positiva em 15 mil m².
Já em 2022, o salto para a recuperação foi expressivo. O setor avançou e, como consequência, a absorção líquida alcançou mais de 100 mil m² positivos. Ou seja, o mercado expandiu.
Com a economia apresentando sinais de melhora e, diante da volta massiva dos funcionários aos escritórios, em 2023 o mercado consolidou sua retomada, alcançando uma absorção líquida de 182 mil m² positivos na somatória dos quatro trimestres.
Isso significa que em 2023, foram acrescentados 182 mil m² de lajes corporativas de alto padrão ao mercado, maior volume desde 2019 (antes da crise).
Apenas no 4T/2023, foram mais de 100 mil m².
Quanto à atividade construtiva na cidade, indicador que representa a aposta de investidores e players, apresenta mais de 430 mil m² no 4T/2023 (Corporate Classe A). Ou seja, em breve São Paulo ganhará novos imóveis para aquecer o setor de escritórios.
Já conhece o BigData do Mercado de Real Estate
Os dados citados acima do mercado de escritórios de São Paulo foram extraídos da plataforma Buildings CRE Tool, o BigData do Mercado de Real Estate. Além das duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, a Buildings monitora também todos os edifícios comerciais de outras 15 cidades brasileiras, bem como de todos os condomínios industriais e logísticos em todo o território nacional. Também possui atuação no mercado corporativo chileno, de escritórios e setor industrial.
Para saber mais sobre o mercado imobiliário corporativo, conheça a plataforma CRE Tool, clicando abaixo:
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