A pandemia trouxe ao mundo uma nova fase de vida e adaptações e os impactos são muitos, principalmente no mercado de trabalho.
Artigo produzido pela dmaisb, construções inteligentes
O fato é que as organizações precisaram se reinventar para adaptar-se a essa nova realidade: o home office. Enquanto algumas empresas planejam a volta com as atividades presenciais nos escritórios, outras estabeleceram o trabalho remoto como primeira opção.
O home office, antes adotado por menos de 30% das companhias no mundo, ou a ser o principal caminho para que os negócios se mantivessem ativos; isso gerou grandes benefícios, tanto financeiros quanto de performance.
A comodidade de aliar a vida profissional e a pessoal no mesmo ambiente é, sem dúvida, um fator impulsionador dessa performance. Um outro ponto que contribuiu para o aumento da produtividade em tempos de pandemia, foi a falta de disciplina dentro de casa. Se por um lado, há a perda da noção de tempo, por outro é difícil estabelecer um horário de início e de término de expediente, levando as pessoas a trabalharem por muito mais horas.
Diante de um cenário de tantas incertezas, há também o medo do desemprego, que motivou muitos funcionários a sentirem a necessidade de mostrar aos seus gestores que estão se dedicando mais, na esperança de ficarem de fora de uma possível lista de corte.
Infelizmente, a indisciplina e o medo como fatores motivacionais não são sustentáveis a longo prazo. A tendência é de que em breve esse ritmo perca a força e produza efeitos negativos nos colaboradores, como o estresse e a ansiedade.
E como nem tudo funciona para todo mundo, ao mesmo tempo em que muitos profissionais se sentem ainda mais produtivos trabalhando nesse formato – seja qual for o fator motivador – outros sentem a sobrecarga de ter que conciliar o trabalho com as atividades domésticas, a presença dos filhos, e a falta de socialização com seus colegas e gestores.
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O que diz o mercado corporativo
Uma pesquisa recente do LinkedIn ouviu 2 mil profissionais em home office, e trouxe como resultado números que convidam as empresas a repensarem se o trabalho remoto realmente permanecerá como primeira opção:
Dos que responderam a pesquisa:
- 39% dos entrevistados se sentem solitários devido à falta de interação com os colegas de trabalho;
- 30% afirmam estar estressados pela ausência de momentos de descontração no trabalho;
- 20% sentem-se inseguros por terem dificuldades em saber o que está acontecendo com seus colegas de trabalho e sua empresa.
Alguns meses após empresas como Facebook e Twitter declararem que manteriam o formato de trabalho remoto da maioria de seus funcionários, o CEO da J.P.Morgan, Jamie Dimon, foi na contramão e alegou que a queda na produtividade identificada em sua empresa é um dos motivos pelos quais o banco determinou a volta de boa parte dos funcionários para o escritório, mesmo diante do cenário ainda pandêmico. A falta de contato social fez a produtividade cair em certos cargos e a alienação aumentar em determinados assuntos.
Segundo Jamie Dimon, o home office derrubou a produtividade e reduziu drasticamente a combustão criativa da equipe, em especial dos jovens. Para ele, os mais jovens de fato poderiam ser ainda mais prejudicados porque perderiam oportunidades únicas de aprendizagem que só são possíveis dentro de um escritório.
Socialização no ambiente de trabalho
Não se pode desconsiderar que muitas pessoas precisam do contato físico para se sentirem produtivas. É por meio do encontro de diferentes experiências de vida que nasce o ambiente mais fértil para a produção de grandes ideias. Embora os benefícios do home office hoje sejam indiscutíveis, o ser humano requer o contato com o ambiente e a cultura da empresa para se sentir pertencente ao grupo.

Ambiente de trabalho em equipe mais produtivo.
Somos programados para termos vínculo com as pessoas, por isso é preciso avaliar com cautela os prós e os contras desse formato, não só a curto, mas também a longo prazo.
Uma vez que não sabemos quais serão os efeitos do home office a longo prazo, grandes empresas estão investindo no formato híbrido de trabalho, buscando encontrar a harmonia entre o remoto e o presencial.
Cenário atual do mercado
Com o aumento da adesão ao home office, a estrutura física dos escritórios precisou ser alterada. Estamos acompanhando a oferta e a demanda por escritórios mudar significativamente. Seja na busca por espaços maiores – que respeitem as novas regras de distanciamento social, quanto pela busca por imóveis menores por parte de empresas que tiveram seu quadro de funcionários reduzido.
Ao invés de se devolver um espaço e arcar com vários custos e processos inerentes a essa transação, existe um movimento de substituição para um ambiente mais condizente com a realidade profissional de cada corporação.
E o que podemos esperar daqui para frente?
Tanto em grandes quanto em pequenas instalações, será inevitável a adequação às novas regras de distanciamento social. Estações de trabalho demarcadas, mesas alternadas, investimento em tecnologia para reunir equipes digitais e físicas. Além disso, reforço de higienização e renovação de ar são algumas das medidas já tomadas por muitas empresas.
Mas, tão importante quanto essas medidas, será a criação e a valorização de um ambiente acolhedor e convidativo. Ele será responsável por reconectar os funcionários à empresa, restabelecer seus vínculos e ajudá-los a permanecerem motivados. A presença será ainda mais valorizada no ambiente de trabalho, e acredita-se que essa seja uma das principais chaves do sucesso a longo prazo.
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