As apostas sobre o mercado de fundos imobiliários (FIIs) decolar em 2024 continuam fortes. Essa análise é de gestores e especialistas do setor. Entre os segmentos com maior destaque aparecem shoppings e galpões logísticos. Os fundos de lajes corporativas, no entanto, ainda demandam cautela do investidor. 3c3b4a
Para se ter ideia do bom momento, matéria do Valor Investe aponta que os FIIs devem ser favorecidos pela continuidade do ciclo de queda dos juros em 2024. Mesmo após alta de 15,5% do Ifix, índice de referência da classe, só em 2023, especialistas acreditam que existe espaço para mais valorização, puxada, em especial, pelo setor de “tijolo”, que investe em imóveis reais.
A perspectiva de cortes na taxa Selic é a razão por trás disso, dado que existe uma correlação negativa entre os juros e os fundos imobiliários. Isso significa que, em períodos de juros elevados, a tendência é de desvalorização do preço da cota dos fundos imobiliários.
Por outro lado, os cenários de juros mais baixos costumam levar à valorização das cotas. Sobretudo pela rentabilidade oferecida por esses fundos que tende a aumentar.
As previsões do boletim Focus mais recente apontam para uma Selic abaixo de 10% nos próximos três anos. Para 2024, as apostas são de uma taxa em 9% e, para 2025 e 2026, ainda menor, de 8,50%.
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Fundos em alta para 2024 1va4z
Os fundos imobiliários de tijolo são beneficiados pelos juros baixos e ciclo imobiliário. Isso porque a perspectiva de cortes na Selic abre espaço para o desenvolvimento imobiliário e, consequentemente, a valorização dos imóveis dentro dos fundos.
Quando as taxas de juros estão altas, o setor tem mais dificuldade em expandir, uma vez que o crédito fica mais caro e, portanto, menos ível para colocar os empreendimentos de pé.
Não por acaso, entre as apostas de Nicole Vieira, sócia da Polo Capital, para 2024 estão os fundos de shoppings, galpões logísticos e de desenvolvimento imobiliário.
Na visão da especialista, esses fundos tendem a ter uma valorização maior por causa da reavaliação do valor justo dos imóveis que fazem parte do portfólio.
“Uma queda de juros reduz a taxa de desconto usada para avaliar o valor presente de um investimento imobiliário. E isso reflete no valor do ativo dentro do fundo, uma vez que, com uma taxa de desconto menor, o valor presente do imóvel aumenta”, explica.
Marcos Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno Research, também vê oportunidades no varejo em geral, como shoppings e renda urbana. Em relação aos fundos de galpões logísticos, ele acredita que o subsegmento tem espaço para andar mais neste ano.
“Esses fundos ficaram ‘amassados’ por muito tempo porque tinha muita oferta, mas agora existe uma demanda grande por logística que tem levado ao aumento dos preços dos aluguéis”, diz.
Galpões logísticos também estão no radar 43i69
De todos os setores, o preferido de Fábio Carvalho, sócio da Alianza, é o de galpões logísticos. Para o especialista, o estoque de logística no Brasil ainda tem muito para crescer e se desenvolver.
“Se tivesse que escolher só um segmento entre os fundos de tijolo seria o de logística. Isso porqu, dado o potencial de ganho defensivo nos médio e longo prazos”, defende.
Por fim, os fundos de lajes corporativas demandam mais cautela do investidor.
O setor de escritórios ainda não recuperou totalmente o tombo que levou durante os anos de pandemia, quando muitas regiões sofreram com vacância elevada, em razão da mudança no modelo de trabalho. Para se ter uma ideia, esse segmento é o mais descontado da classe atualmente.
“Os investidores precisam tomar muito cuidado com os fundos de lajes corporativas, pois eles são muito diferentes entre si e poucos têm ativos de alta qualidade no portfólio”, diz Carvalho.
Ele diz que, no caso da Faria Lima, por exemplo, os escritórios não sofrem mais com vacância. No entanto, existem fundos com ativos em regiões menos favorecidas que ainda estão com dificuldade para se recuperar e voltar ao nível pré-pandemia.
Notícia do Valor Investe
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