Faria Lima segue com preços valorizados no 3 tri; mercado projeta novas altas no aluguel

A Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, segue ganhando destaque quando o assunto é a corrida por espaços para escritórios. Notícia sobre o tema foi publicada no Estadão e Uol.

Com a volta de muitas empresas ao trabalho 100% presencial ou mesmo modelo híbrido, a busca na região tende a ficar ainda mais acirrada.

Como consequência, segundo os especialistas do setor imobiliário, o preço do aluguel na região não deve parar de subir tão cedo.

A Buildings já havia antecipado os aumentos de preço na região em comparação com outras de São Paulo – também consideradas prime (ou consolidadas).

De acordo com os dados do 3º trimestre apurados pela Buildings, a região da Nova Faria Lima possui atualmente 51 edifícios corporativos de alto padrão. Isso totaliza mais de 1 milhão de m² de estoque total.

A taxa de vacância na região no 3T/2022 ficou em 3,7% – segue abaixo dos 10% desde o segundo trimestre de 2018.

Não à toa, a Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade: R$ 161,62 o m².

Motivado pela escassez de lajes corporativas disponíveis, a região apresenta grande procura e preços bem acima das demais regiões. 

Além disso, no 3T/2022, analisamos um aumento dos preços pedidos comparados ao trimestre anterior, considerando a oferta no mesmo edifício.

Para ter um comparatido dos preços, veja quadro abaixo:

Outros indicadores

Segundo matéria publicada no portal CGN, para Yara Matsuyama, diretora da consultoria JLL, a equação de forte procura com escassez de novos espaços explica a expectativa.

“Dá para se esperar que a taxa de vacância (que mede o volume de áreas ainda livres) diminua mais na Faria Lima”, afirma.

Não por acaso, a região é conhecida por sediar várias companhias do setor financeiro e de tecnologia.

O Google alugou recentemente um novo espaço de 2,3 mil metros quadrados em um edifício na Vila Olímpia.

A XP, que chegou a devolver espaços no início da pandemia, retomou os escritórios. Atualmente, o maior locatário na avenida é o Itaú BBA, braço de investimento do Itaú Unibanco.

Isso tudo se soma ao fato de que não há novos empreendimentos na Faria Lima para o curto prazo. A região não tem espaços disponíveis para construção.

O último grande edifício entregue lá foi o Birmann 32, no 3 trimestre de 2020. Na ocasião, ele já estava com pré-locação de 60%, sendo sua principal inquilina o Facebook.

Leia também:
Nova Faria Lima continua com o preço mais elevado da cidade de São Paulo
– A solidez do mercado imobiliário; confira os dados do fechamento do 3TRI de 2022

Visão dos especialistas

Yara afirma que, diante de preços mais altos na região, algumas empresas podem começar a repensar a localização de seus escritórios. Isso, segundo ela, tende a gerar demanda para regiões próximas.

Além do bairro vizinho da Vila Olímpia, outra área que nos últimos meses vem ascendendo na capital paulista é a da Avenida Rebouças. “Saem as lojas de vestidos de noivas, entram os escritórios”, disse.

De acordo Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings, o perfil das empresas que estão na Faria Lima ajuda a manter a alta procura, já que elas “fazem questão de estar na região”.

Ao contrário de outros locais, houve pouca devolução de espaços, mesmo no pior momento da pandemia. Isso é algo que ajuda a explicar os preços altos do aluguel. O valor do aluguel por metro quadrado, segundo o executivo, só é replicado em outro polo do setor financeiro do País: o Leblon, no Rio.

“Se o Brasil crescer, como se projeta, teremos um efeito de reposição e ajuste de preços em outras regiões além da Faria Lima”, afirma o executivo da Buildings.

Ele afirma que o porcentual-chave para o início de reajustes de preços é quando a taxa de desocupação dos espaços alcança 10%.

Deixe uma resposta

Translate

Descubra mais sobre Revista Buildings

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading