Entrevista com Rafael Birmann sobre o Birmann 32

Rafael Birmann, responsável pelo mais novo e moderno edifício entregue em São Paulo, recebeu a equipe da Buildings na última terça-feira, 11, para uma conversa sobre o conceito do imóvel, as tecnologias aplicadas e a ocupação do edifício. Além disso, também compartilhou conosco sua visão sobre o momento do mercado de escritórios no Brasil.

O Birmann 32 está localizado na região da Nova Faria Lima, em São Paulo, possui 29 andares e oferece o que há de mais moderno e tecnológico para as empresas.

Fernando Didziakas, sócio da Buildings, diz que conhecer o empreendimento era uma curiosidade não só dele, mas de todos que acompanharam durante anos a construção.

“A ideia de produzir um conteúdo sobre o empreendimento visa atender boa parte do mercado que ainda não teve a oportunidade de realizar uma visita ao edifício. Além disso, essa visita também reforça o conceito de que o mercado de escritórios continua crescendo e olhando para o futuro, sem abalar-se com o momento atual”, analisa.

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Fachada do Birmann 32. Foto: Divulgação

Aspectos técnicos do Birmann 32

Rafael Birmann “Não adianta buscar economia no investimento. Economia se faz na operação”.

Rafael Birmann conta sobre a importância que deu ao projeto nos quatro eixos principais, capazes de tornar o empreendimento um marco para a cidade. Ele diz que focaram em energia, água, ar condicionado e reciclagem. Segundo compartilhou, o edifício é autossustentável.

“Sobre os aspectos técnicos, cada item do prédio foi muito bem pensado e discutido. No sistema de energia, é possível comprá-la na Enel, no Mercado Livre ou fazê-la a gás em 100% do prédio, e o sistema de emergência é a diesel. Com isso, é possível comprar energia de uma forma redundante, resiliente e barata. Toda a iluminação aqui é led e isso diminui o forro de quase nove metros quadrados de whats para quatro metros”, explica.

Ele também relata que toda água do condomínio possui uma central de tratamento de água e esgoto, o que consequentemente gera mais autonomia e segurança. “Nós tratamos todo o esgoto do prédio e com isso, além de captar a água da chuva, do poço, ela se transforma em água tratada de reuso. Tudo isso gera uma economia de 350 m de água. Mais ou menos 90% é atendido pelo próprio prédio”.

Reciclagem e Garagem

Outro ponto importante que o responsável pelo empreendimento divide conosco é sobre o processo de reciclagem, pensado justamente para promover benefícios ao coletivo e ao meio ambiente.

“Nos escritórios há muito papel. Praticamente 100% de tudo no prédio será reciclado. Nós usaremos uma enfadadeira e com isso venderemos os fardos para as empresas de reciclagem”.

Quanto à configuração do edifício, ele orgulha-se em dizer que é totalmente focada no melhor atendimento dos inquilinos.

“Nós temos quatro os na garagem. Entrada e saída muito eficiente, evitando filas na porta. Eu sempre digo que nosso foco é no serviço. Melhores condições e experiência para o inquilino. Não contratamos uma istrada externa para cuidar do estacionamento justamente por isso. Porque nós conhecemos melhor nosso cliente e podemos oferecer o que ele precisa.”

Birmann 32 e sua contribuição urbanística

De acordo com Rafael, o Birmann 32 ainda traz uma inovação voltada ao espaço público. “Nós pensamos em oferecer um espaço urbano. Não um jardim para as pessoas olharem lá de cima e acharem bonito. Nós realmente queremos um espaço urbano aberto para as pessoas ocuparem, se sentirem acolhidas pela cidade; uma praça com cadeiras e mesas, restaurante, café; as cadeiras trouxemos do Canadá”, conta.

O prédio foi projetado pelo escritório Pei Partnership Architects – dirigido por Chien Chung Pei, filho do arquiteto I.M.Pei, responsável pelo projeto da pirâmide de vidro do Louvre, em Paris, que tem sede em Nova York. Já o arquiteto responsável é Eiji Hayakawa.

Foto: Divulgação

Ao projetar o espaço aberto, eles também decidiram desenvolver uma escultura e pensaram na figura da baleia como símbolo para representar a ideia.

“A baleia é o símbolo da sustentabilidade, simboliza também a criatividade. Além disso, traz outros significados. No sentido mitológico, há a história do Moby Dick, que significa perseverança; para o Laviatã é o gigantismo, a grandiosidade. Há ainda a história de Jonas que, segundo a Bíblia, tentou fugir de uma missão que Deus lhe deu e foi engolido por uma baleia”.

A baleia será em tamanho natural, ou seja, quase 20 metros de comprimento. E o espaço público acolhedor foi desenhado pelo paisagista Tom Balsley “justamente para que as pessoas se sintam confortáveis”, assegura.

Não apenas o espaço urbano foi considerado como também a cultura e o entretenimento também serão oferecidos. Ao lado do edifício, um suntuoso teatro está sendo construído com toda dedicação e entusiasmo. “Ainda teremos um teatro com enorme capacidade de assentos. Um investimento alto, mas que acreditamos ser muito importante”.

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Birmann 32. Foto: Divulgação

Espaços ocupados no Birmann 32

Rafael contou que o espaço já está alugado do 4º ao 15ª para uma grande empresa de comunicação (confira na entrevista qual é).

“Achávamos que as locações seriam divididas entre bancos e outras empresas, mas nos enganamos. Até agora o edifício está locado por grandes empresas de tecnologia. O 16º andar ainda está vago; os andares 21 e 24 também já foram alugados. E acreditamos que os andares entre os 25º a 29º serão locados até o final do ano”, explica.

Mercado de escritórios e a crise da saúde

Sobre a situação do mercado de escritórios vivido neste momento em decorrência da Covid-19, Rafael é otimista e prático.

“Algumas mudanças já vinham acontecendo antes da pandemia, como o aumento do home office, da videoconferência, o mercado de e-commerce etc. Acredito que a pandemia trouxe um impacto na cidade, mas não creio que seja o coronavírus que vai fazer com que os escritórios sejam fechados. Acho que os efeitos são ageiros e que nem nos lembraremos do coronavírus no ano que vem”.

Para conferir a entrevista completa, veja o vídeo abaixo:

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