Durante evento realizado em São Paulo no dia 01/06, o FII Summit, o fim do home-office e a situação das lajes corporativas chamou a atenção. Notícia publicado no portal Eu Quero Investir trouxe alguns dos momentos do encontro de especialistas do setor de FIIs.
Se fosse há alguns anos, o tema home office seria o mais disputado. No entanto, depois de um longo período de home office forçado pelas medidas restritivas de isolamento social para controle da Covi-19, a realidade é outra.
O momento atual é de compreender para onde vai o setor.
“É preciso tirar dúvidas, diluir o medo, tirar da frente os achismos para entender o que de fato está havendo”, avisa Fernando Didziakas, Sócio da Buildings Pesquisa Imobiliária.
Didziakas foi o moderador do que reuniu Rodrigo Abbud, Sócio Fundador VBI Real Estate, Caio Castro, Sócio da RBR Asset Management, Marcus Fernandes, Head de Real Estate da Safra Asset para discutirem “O fim do home-office e as lajes corporativas”.
Qual foi o real efeito da pandemia no mercado de escritórios?
De acordo com Fernando Didziakas, Sócio da Buildings Pesquisa Imobiliária, os dados mostram uma realidade menos dura do que muitos acreditam.
“Ao compararmos o segundo trimestre de 2020, quando a pandemia começou, com o terceiro trimestre de 2021, momento de maior calmaria, o mercado de escritórios corporativos na cidade de São Paulo perdeu 580 mil metros quadrados que estavam ocupados. Parece muito, mas estamos falando de um mercado de 11,5 milhões de metros quadrados. O impacto foi, portanto, de 5%”, observa.
Redução na ocupação dos escritórios: realidade ou especulação?
Na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o mesmo período de 2020, um levantamento junto a 7800 empresas que ocupam escritórios na cidade de São Paulo verificou que a redução média de ocupação foi de 3%, conforme aponta Didziakas.
“No recorte que considera as empresas que ocupam mais de 5 mil metros, essa redução foi de 15%. No entanto, nas empresas de até 500 metros houve aumento. Isso aconteceu porque a pequena empresa estava condensada e precisava de mais espaço”, analisa.

Foto retirada do portal Eu quero Investir
Mercado de torres corporativas é otimista
“Os impactos já aconteceram. Claramente, já estamos voltando para um ciclo de queda de vacância e aumento de preço em algumas regiões. O pior já foi”, reforça Didziakas.
Caio Castro, Sócio da RBR Asset Management, também manifestou sua visão:
“Em algumas regiões de São Paulo, como a Av. Faria Lima e adjacências, o preço tanto para venda, quanto para locação, está subindo muito fortemente. Este é um cenário que deve continuar”, comenta.
Para ele, a expectativa é bastante positiva quanto ao movimento de retorno aos escritórios.
“Quando conversamos com os inquilinos é possível perceber que muitas empresas contrataram durante a pandemia e agora, percebem que estão sem espaço. Este é só o começo de um novo patamar de preços do aluguel”, pondera.
Empresas repensam o uso de espaços
“A pandemia foi uma ‘hecatombe’ que nos forçou a repensar uma série de fatores, entre eles, a relação da empresa com o uso do escritório. Ninguém tinha respostas prontas, era preciso acompanhar o desenrolar dos fatos”, analisa Rodrigo Abbud, Sócio Fundador VBI Real Estate.
Ele lembra que somente agora é possível sentir o real impacto desses dois últimos anos.
“Essa nova forma de pensar das empresas não significa reduções de área. Temos a flexibilidade de não estar 100% no escritórios, ao mesmo tempo que outros fatores agora aram a ser considerados na cultura corporativa”, ressalta.
Picos e vale de vacância
“A oscilação nos indicadores do uso dos escritórios não deve ser atribuída somente à pandemia. Existe uma ciclicidade que deve ser observada que é provocada por outros fatores macros. Com certeza, quem está comprando imóveis corporativos hoje está vendo boas oportunidades à frente”, comenta Abbud.
Marcus Fernandes, Head de Real Estate da Safra Asset, destaca que dentro do portfólio da empresa, com maior concentração de Triple A, em São Paulo, a pandemia não acarretou vacância.
“Tivemos giro de alguns inquilinos e terminamos a pandemia nos mesmos níveis anteriores. O efeito foi mais sentido em postergação de IGPM”, comenta o head da Safra Asset.
Demanda por escritórios pode ficar reprimida no curto prazo
“Em 2012, existiam na cidade de São Paulo 1 milhão e meio de metros quadrados em construção de escritórios simultaneamente. Hoje existem 450 mil metros quadrados. De 2005 a 2022 nunca se construiu tão pouco na cidade de São Paulo.
Esse é um indicador positivo para o setor, pois o que está posto é o que existe. Não haverá a entrada de novos ativos para atender uma nova demanda no curto prazo”, avalia Fernando Didziakas.
Onde estão as oportunidades em FIIs de Lajes Corporativas?
“A grande graça do mercado imobiliário é a previsibilidade. O cenário já está posto, basta olhar os indicadores que já comentamos. Vemos a vacância caindo e uma produção baixa. O que acontecerá com os valores dos imóveis, afinal? Me parece que hoje estamos em um bom ponto de entrada”‘, provoca Rodrigo Abbud.
“Quando um investidor compra um metro quadrado bem localizado e barato, historicamente, ele nunca perdeu dinheiro. Hoje, ainda é possível encontrar preços muito descontados”, destaca Caio Castro.
Existem dois cenários possíveis pela frente: no menos provável, os prédios comerciais teriam uma vacanĉia elevada. Já no mais provável, esse ganho de capital virá nos próximos 12 a 15 meses. No nosso entendimento, o setor de lajes corporativas é onde está o maior upside de ganho de capital ”, finaliza Marcus Fernandes.
Para conferir o evento do evento na íntegra, veja vídeo abaixo:
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